Fusão é destruição
A fusão da Carris e do Metropolitano de Lisboa, prevista no Plano Estratégico de Transportes do Governo, é «mais um passo rumo à destruição» dessas duas empresas, acusa o PCP num comunicado de dia 16 do Sector de Transportes da Organização Regional de Lisboa. Nesse comunicado, os comunistas acrescentam que o que está em causa é o despedimento de mais algumas centenas de trabalhadores, novos aumentos de preços, mais reduções de serviços e o «prosseguimento de uma política que tem como único objectivo a privatização da exploração comercial destas duas empresas».
O PCP rejeita, assim, que a preocupação do Governo com esta fusão seja, como se afirma, a redução do número de administradores. Reconhecendo que estes auferem «salários e mordomias inaceitáveis» e que os sucessivos governos PS, PSD e CDS usaram as empresas públicas como «terreno para o clientelismo e o compadrio», os comunistas recusam que seja este o principal problema. Na política prosseguida por essas administrações é que está o problema. Assim, «muito mais importante do que qualquer redução do número de administradores, seria o reforço da transparência da gestão destas empresas e do controlo de gestão por parte dos trabalhadores».
Fundamental seria também que estas empresas passassem a ser administradas «visando a satisfação das necessidades das populações e da economia nacional e não a satisfação dos interesses que parasitam o sector». Essas sim, defende o PCP, «seriam medidas que poupariam muitos milhões ao erário público».
Os comunistas comprometem-se a chamar o decreto-lei à ratificação parlamentar contribuindo para que seja rejeitado. Mas, reconhece o PCP, é na luta dos trabalhadores e dos utentes que reside a possibilidade real de travar esta e outras medidas.