O voto decisivo é na CDU
A apresentação do candidato aconteceu no dia 15 de Março, em Ponta Delgada. «Aníbal Pires tem percorrido toda a região dos Açores, dando voz e visibilidade àqueles que são esquecidos e oprimidos pela arrogância e ganância dos grandes partidos, denunciando as injustiças e clamando por melhorias das condições que permitem a estes grupos sobreviverem com dignidade (pescadores, pequenos comerciantes, pequenas indústrias, cooperativas e muitos outros)», salientou, na ocasião, Jaime Pacheco, lembrando que na actual legislatura a CDU não se constituiu como Grupo Parlamentar, tendo apenas elegido um deputado, «mas não foi por isso que baixou os braços, ou que não representou condignamente os direitos dos trabalhadores, os interesses dos agricultores, dos pescadores, dos reformados».
No entanto, nestas eleições e se os eleitores assim o entenderem, acrescentou o independente, o voto na CDU «poderá fazer toda a diferença» na superação «desta crise que não tem fim», porque «defende «alterações profundas nas regras vigentes, que nos trouxeram mais exploração e menos direitos aos trabalhadores, mais opressão social, menos direitos sociais, menos trabalho, menos habitação, menos educação, menos saúde e menos pão, mas que proporcionaram aos grandes investidores maior riqueza e maiores lucros».
Aníbal Pires, na sua primeira declaração como candidato da CDU ao círculo eleitoral de S. Miguel e ao círculo regional de compensação, destacou que aquela é uma «candidatura diferente, solidamente ancorada na realidade mais profunda, aquela que não vem nos jornais, vivida pelo povo açoriano». «O nosso objectivo é fazer um mundo melhor», afirmou, salientando que a «CDU é diferente», sendo esta uma verdade que «tem vindo a ser construída ao longo de muitos anos, pelo esforço generoso e abnegado de milhares de mulheres e de homens em todo o País, e também aqui, nos Açores, nestas ilhas que dão dimensão atlântica a Portugal».
Marcar a diferença
Sobre os últimos quatro anos, Aníbal Pires frisou que a CDU foi a «oposição que marcou a diferença», ao trazer ao Parlamento Regional «os problemas dos trabalhadores e das camadas sociais mais desfavorecidas, mas também os problemas das ilhas mais pequenas e das populações mais isoladas».
«Fomos a oposição consequente, que lutou com firmeza e decisão contra os desmandos do Governo PS e contra a hipocrisia da direita, em defesa da Autonomia, dos direitos dos açorianos e pelas condições de vida, participando com conhecimento, profundidade e coerência em todos os debates parlamentares», assegurou, lembrando que a CDU apresentou, ao contrário de outros, «soluções» e obrigou a maioria PS a aprovar algumas das suas propostas que tiveram um impacto positivo na vida das populações, nomeadamente o «aumento do complemento de pensão», o «complemento salarial dos funcionários públicos», o «aumento das diárias dos doentes deslocados e seus acompanhantes», a «atribuição de subsídio de almoço aos jovens estagiários dos programas Estagiar», o «Plano Regional de Combate ao Trabalho Precário», a «defesa e valorização do Aeroporto de Santa Maria», a «defesa da economia produtiva» e a «valorização do trabalho e dos trabalhadores».
Mais recentemente, a CDU propôs no Parlamento Regional a devolução por inteiro dos subsídios de férias e de Natal aos funcionários públicos açorianos, rejeitada pelo PS, PSD e CDS. De igual forma, propôs que a Assembleia Regional tome posição na defesa dos postos de trabalho na Base das Lajes, a proibição do cultivo de transgénicos nos Açores, a aquisição de um barco para estabelecer uma ligação marítima entre Santa Maria e São Miguel.
Para o futuro, Aníbal Pires deu conta que a CDU tem um conjunto de propostas «para cada uma das nossas ilhas e para a nossa Região» que, no seu todo, «darão substância a uma profunda mudança política nos Açores». «Propostas construídas colectivamente com os contributos recolhidos no diálogo que permanentemente mantemos com as açorianas e os açorianos», frisou o candidato, defendendo, entre outras medidas, uma Região que «crie emprego, sustentável, com direitos, assente no desenvolvimento do sector produtivo e no aumento do poder de compra das famílias». «Este é o momento para o nosso povo transformar o descontentamento em acção», afiançou.