Os 52 trabalhadores da CNE, Cimentos Nacionais e Estrangeiros, SA, sediada em Setúbal e ligada ao grupo SLN (logo, com capitais do BPN) estão com os salários de Janeiro em atraso, bem como o subsídio de Natal e metade do subsídio de férias do ano passado. Há cerca de dois anos que estes trabalhadores não recebem os seus vencimentos antes do dia 10 e, em alguns casos, chegam mesmo a receber a 16. Mas não é tudo: desde Dezembro de 2011 que a empresa anunciou o fim dos turnos, deixando de pagar o subsídio de turno, ainda que este conste do contrato dos trabalhadores, e como se não bastasse os trabalhadores estão agora confrontados com a ameaça de um processo de despedimento colectivo.

Da história desta empresa constam ainda o processo de insolvência iniciado em Setembro de 2010; a nomeação de um novo administrador de insolvência em 2012, face à aprovação do plano de viabilização apresentado pela Caixa Geral de Depósitos; e a paragem da laboração entre Maio de 2011 e Janeiro deste ano por falta de matéria-prima. Ainda hoje a empresa não se encontra a produzir em pleno, por falta de combustível.

O PCP apresentou um requerimento da Assembleia da República, questionando o Governo acerca das medidas que pretende tomar para garantir o cumprimento dos direitos dos trabalhadores e salvaguardar os postos de trabalho.