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Agricultores, pastores e produtores de carne de Trás-os-Montes manifestam-se hoje, em Mirandela, frente à sede da Direcção Regional da Agricultura e Pescas do Norte, para reivindicar medidas que ajudem a minimizar os efeitos da seca e alertar para a desresponsabilização do Estado na problemática da sanidade animal.
As consequências mais visíveis até ao momento são a escassez de pastos para os animais, uma situação que está a provocar encargos acrescidos aos produtores com a alimentação das ovelhas, cabras e vacas.
Muitos estão a ir a Espanha, «porque é mais barato» comprar feno ou palha para alimentar os animais, revelou, em declarações à Lusa, Armando Carvalho, da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), informando que as culturas de Outono/Inverno, como o centeio, aveia ou trigo, estão com um atraso no seu crescimento, que se poderá traduzir em «prejuízos irremediáveis». A seca, associada às temperaturas muito baixas, provocou também «mazelas» nos pomares, olivais e vinhas. Também as culturas de Primavera/Verão serão afectadas devido à falta de água nos solos e nas nascentes.
«Creio que isto não vai lá só com a fé», salientou, considerando que a ministra da Agricultura «está a adiar» o problema, quando «são precisas medidas concretas» que se traduzam em apoio «imediato» para a aquisição de alimentação para o gado ou num aumento do benefício fiscal do gasóleo que não é actualizado há mais de 10 anos.
Outro «problema grave» que está a afectar a região, segundo Armando Carvalho, é a questão da sanidade animal, que será agravado com a intenção do Governo de «transferir mais encargos para os produtores e acabar com certos serviços promovidos pelas organizações de produtores pecuários». É que, explicou, o Estado deve «300 mil euros» a estas organizações, valor relativo a 2010 e 2011 e só na região transmontana.