Minas e Armadilhas dos Cavaleiros do Apocalipse (8)

Jorge Messias

«O je­suíta su­jeito à obe­di­ência re­vela ao seu su­pe­rior tudo o que se passa na sua alma … Para obe­de­cerem, os je­suítas as­sumem a res­pon­sa­bi­li­dade de se re­ve­larem com­ple­ta­mente aos seus su­pe­ri­ores» (Cons­ti­tui­ções, «A obe­di­ência na vida da Com­pa­nhia de Jesus»).

«A to­le­rância tem três li­mites: as ame­aças ao bem comum e os que atentam contra a so­ci­e­dade; os que, a co­berto da re­li­gião são súb­ditos de ou­tros es­tados; e os ateus que não res­peitam as pro­messas feitas, os con­tratos e os ju­ra­mentos que unem as so­ci­e­dades hu­manas» (Carta sobre a to­le­rância, Inácio de Loiola).

«Não é a mi­séria mas sim a luta que faz ateu o tra­ba­lhador. Apagam-se, desde logo, as ra­zões para não lutar: o apego ao con­forto, o medo do sa­cri­fício e o re­ceio do cas­tigo. Po­derá essa classe temer o in­ferno, se o co­nhece já? A classe tra­ba­lha­dora nada tem a perder na luta, a não ser as suas gri­lhetas» (Os mar­xistas e a re­li­gião, Mi­chel Verret).

No ac­tual pa­no­rama eco­nó­mico e po­lí­tico mun­dial pouco im­porta ser-se op­ti­mista ou pes­si­mista. O fun­da­mental é con­ti­nuar a luta e cada um de nós con­se­guir sair dela mais lú­cido e mais forte. É por isso que o ci­dadão deve ser in­tran­si­gente na de­fesa dos seus di­reitos e o cristão exija não as­sistir pas­si­va­mente à de­gra­dação dos va­lores so­ciais e mo­rais da co­mu­ni­dade. Nesse equi­lí­brio de po­si­ções pode as­sentar a cons­trução de uma na­tural po­sição comum.

O ter­reno está no en­tanto in­ten­sa­mente ar­ma­di­lhado. Porque, en­ganar é uma velha téc­nica que o poder da ti­rania pro­cura sempre re­novar. Isto salta aos olhos se re­pa­rarmos que através dos mi­lé­nios as so­ci­e­dades se­cretas pas­saram de for­ma­ções fra­ternas nos clãs a com­po­nentes das igrejas or­ga­ni­zadas, con­ser­va­doras e fun­da­men­ta­listas; e que a Ma­ço­naria se li­mitou a in­vocar os di­reitos do homem en­quanto que, si­mul­ta­ne­a­mente, se trans­for­mava em ca­dinho do grande ca­pital do ne­o­li­be­ra­lismo, dos bancos e offshores e dos go­vernos que, pre­ci­sa­mente, têm pro­cu­rado es­magar com as suas po­lí­ticas os di­reitos da hu­ma­ni­dade. São mi­lhares e mi­lhares as seitas que pro­curam di­vidir as massas com de­ma­go­gias para me­lhor as po­derem vencer e ex­plorar. Que minam os ca­mi­nhos da ver­da­deira li­ber­dade.

Dos ilu­mi­nati pouco ou nada se diz. Nem neles se fala como «ca­beças de proa» de­ci­sivas da Nova Ordem Mun­dial, das li­ga­ções à Máfia e ao ter­ro­rismo ou como traves-mes­tras do en­sino ca­tó­lico e je­suíta. É voz cor­rente dizer-se que é ab­surdo pensar que os ilu­mi­natti ou as SSC– So­ci­e­dades Se­cretas Cristãs, mantêm es­treito re­la­ci­o­na­mento com or­ga­ni­za­ções apa­ren­te­mente es­tra­nhas mas re­al­mente afins, suas con­gé­neres, como a Al-Qaeda, a Ordem dos As­sas­sinos, a Ca­veira e Ossos, a so­ci­e­dade pró-nazi Thule, o Clube de Bil­der­berg e a Tri­la­teral, a Tá­vola Re­donda, a Ordem da Jar­re­teira, etc. Mas essas re­la­ções ocultas têm sido in­ves­ti­gadas e as sus­peitas con­fir­madas, como foi o caso do Banco Am­bro­siano e da Loja P.2. Em re­sumo: por de­trás de todos os me­ca­nismos de di­recção do Novo Ca­pi­ta­lismo fun­ciona um poder se­creto que dispõe de um go­verno oculto, pla­ni­ficou uma nova ordem mun­dial e visa pro­duzir o caos uni­versal para de­pois criar uma Nova Era ta­lhada à me­dida do seu pró­prio pro­jecto.

É um plano de loucos? Será de loucos... se não sou­bermos travá-la a tempo! A ver­dade, porém, é que ela reúne um fa­bu­loso po­ten­cial de des­truição. Lem­bremos apenas dois ou três traços prin­ci­pais do pro­jecto que pre­tende co­locar a mais avan­çada tec­no­logia de guerra ao ser­viço dos in­te­resses dos mo­no­pó­lios, de uma só Igreja e de um único im­pério uni­versal.

Ac­tu­al­mente, 70% de toda a ri­queza mun­dial é de­tida pelos bancos e pelos mul­ti­mi­li­o­ná­rios. A Nova Ordem Mun­dial es­pera con­quistar o res­tantes 30% e in­cor­porar a to­ta­li­dade no pa­tri­mónio dos ricos. Os po­bres vi­verão da ca­ri­dade dos seus se­nhores.

De­pois, a so­ci­e­dade ca­pi­ta­lista em que vi­vemos está mal di­men­si­o­nada. Há muito di­nheiro que se perde por se dis­persar por pe­quenas e mé­dias for­tunas. É pre­ciso do­mes­ticar as classes mé­dias e in­cor­porar os seus ca­pi­tais em poucos e gi­gan­tescos bancos mul­ti­na­ci­o­nais.

Em ter­ceiro lugar, há es­tados e re­li­giões a mais. Uma só Igreja num só Es­tado uni­versal: é neste sen­tido que as po­lí­ticas devem ca­mi­nhar... A so­ci­e­dade global, se vencer as grandes di­fi­cul­dades que en­frenta, será uma sim­ples etapa no per­curso da Nova Era dos ilu­mi­natti. Mesmo que este grande sonho do ci­frão im­plique nova Guerra Mun­dial.

Vol­ta­remos ao as­sunto.



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