- Nº 1993 (2012/02/9)
Não à ingerência na Síria e no Irão!

Não à ingerência na Síria e no Irão!

Nacional

O Conselho Português para a Paz e Cooperação (CPPC) alertou, em nota de imprensa, para o «alastramento da agitação política» num grande número de países do Norte de África e do Médio Oriente, «apresentada» e «falsamente determinada» por «condições culturais, incluindo étnicas e religiosas».

«A realidade é que o mapa de países que resultaram da descolonização desses espaços foi traçado pelas potências ocidentais colonizadoras, e que os respectivos regimes políticos foram aí inicialmente impostos. O potencial de conflitualidade é grande, e pode e está a ser manipulado, quer aberta, quer dissimuladamente, pelas velhas e novas potências coloniais», afirma o CPPC, referindo-se, nomeadamente, ao Bahrein, Kuwait, Qatar, Oman, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos, que «compram a subserviência dos seus súbditos com as receitas prodigiosas da exploração do petróleo» e que «são aliados tradicionais dos EUA».

«Os restantes países muçulmanos da região procuraram percursos de desenvolvimento autónomo, secular e republicano, enfrentando repetidamente a hostilidade, a subversão e até a agressão militar dessas potências», acrescenta o Conselho para a Paz, explicando que «para o imperialismo» essa «é uma oportunidade para, através do suborno, da conspiração e da guerra, tentar submeter e controlar politicamente os demais países do Médio Oriente».

Uma estratégia que conduziu à primeira e segunda guerras do Golfo, que destroçou o Iraque, que permitiu a invasão e ocupação do Afeganistão, que agride a Líbia, sempre em nome da «luta pela democracia», da «protecção humanitária», do combate à «proliferação de armas de destruição maciça» ou da «guerra ao terrorismo».

Neste sentido, «a ameaça agora iminente de intervenção militar externa directa na Síria, após persistente alimentação da dissensão interna, bem como a longa preparação de intervenção militar no Irão, após guerra de desgaste económico e diplomático (boicote e sanções), são razões de grande e renovada apreensão», adverte o CPPC, que rejeita a intromissão nos assuntos internos da Síria, a guerra económica e mediática ao Irão e a ameaça de qualquer acção militar sobre estes países. Repudia, de igual forma, a ingerência e a preparação de agressões militares no Médio Oriente.