- Nº 1992 (2012/02/2)

Sempre a mesma ladainha

Em Foco

As sucessivas alterações da legislação de trabalho para pior são repetidamente justificadas pelos mesmos objectivos, mas estes nunca são atingidos. Essa degradação da situação dos trabalhadores face à lei faz parte de uma política que tem objectivos muito diferentes dos que são proclamados.

Desta feita, os «parceiros» invocam mais uma vez a produtividade, a competitividade e o emprego. Já assim foi quando da aprovação do Código do Trabalho, em 2003, com Bagão Félix e o governo PSD/CDS de Durão Barroso, ou quando da sua revisão, em 2009, com Vieira da Silva e o governo PS de Sócrates.

Os resultados estão à vista. Tomemos um exemplo:

- em 2001, dois anos antes do Código do Trabalho, havia 330 mil desempregados;

- hoje, quase nove anos depois da sua aprovação e quase três anos depois da revisão, o número triplicou, pois há cerca de um milhão de desempregados.

Enquanto o País chegou à situação financeira e económica que se conhece, os lucros dos grupos monopolistas não pararam de aumentar, com rios de dinheiro a saírem do País.

Com a actual farsa de acordo, não vai haver mais produtividade, nem mais competitividade, nem mais e melhor emprego. Se as medidas que preconiza fossem postas em prática, os problemas estruturais do País iriam agravar-se e as condições de vida dos trabalhadores e das suas famílias sofreriam uma considerável quebra.