Fruto da política soberana de cariz progressista

Equador faz balanço positivo de 2011

O Equador vive um pe­ríodo de con­so­li­dação ins­ti­tu­ci­onal da de­mo­cracia, disse Ra­fael Correa, cujo go­verno faz um ba­lanço po­si­tivo de 2011, ano em que pros­se­guiu a im­ple­men­tação de uma po­lí­tica so­be­rana de cariz pro­gres­sista.

«Já não somos o go­verno das tran­sac­ci­o­nais», disse Ra­fael Correa

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Para o pre­si­dente equa­to­riano, a cha­mada po­la­ri­zação po­lí­tica no ter­ri­tório não passa de uma cam­panha ar­re­mes­sada nos ór­gãos de co­mu­ni­cação so­cial, ale­ga­da­mente a mando do poder de facto que re­siste no país, o poder eco­nó­mico da grande bur­guesia.

Não fa­laram de po­la­ri­zação po­lí­tica aquando da crise fi­nan­ceira de 1999/​2000, em con­sequência da qual mi­lhares de equa­to­ri­anos fi­caram sem as res­pec­tivas pou­panças, nem quando mi­lhões de pes­soas foram obri­gadas a emi­grar, ou ainda quando os go­vernos não ti­nham mais do que 15 por cento de apro­vação po­pular, notou Correa em en­tre­vista ao diário El Co­mercio, ci­tada pela Prensa La­tina.

Agora que o exe­cu­tivo goza de uma apro­vação de 80 por cento do povo é que se fala em po­la­ri­zação po­lí­tica, su­bli­nhou Ra­fael Correa na mesma en­tre­vista, antes de sa­li­entar que o go­verno que li­dera per­ma­nece aberto ao diá­logo sempre e quando este não for um «diá­logo de surdos», e de des­tacar que, nunca como agora, o co­mando das forças ar­madas cumpre os man­datos sem so­bres­saltos e du­rante o tempo que a Cons­ti­tuição es­ta­be­lece.

A de­no­mi­nada re­vo­lução ci­dadã, im­pul­si­o­nada por Ra­fael Correa e pelo con­junto de forças po­lí­ticas e so­ciais de­mo­crá­ticas, pro­gres­sistas e re­vo­lu­ci­o­ná­rias que o apoiam, cumpre cinco anos no pró­ximo dia 15 de Ja­neiro. Para o pre­si­dente, o maior avanço du­rante este pe­ríodo foi a trans­for­mação das es­tru­turas do Es­tado e as novas re­la­ções de poder es­ta­be­le­cidas no quadro do Es­tado de di­reito de­mo­crá­tico.

 

Nú­meros con­firmam

 

Mas a ava­li­ação de Correa, pode dizer-se, peca por ex­cesso de mo­déstia, já que a po­lí­tica so­be­rana le­vada a cabo desde o início do seu man­dato marcou o ar­ranque de mu­danças sig­ni­fi­ca­tivas no país.

O ano de 2011, por exemplo, será re­cor­dado como o prin­cípio da re­so­lução de um pro­blema cha­mado abas­te­ci­mento eléc­trico. O Equador é um país al­ta­mente de­fi­ci­tário nesta ma­téria, mas com a cons­trução das novas oito hi­dro­e­léc­tricas pre­vistas, or­çadas em quase cinco mil mi­lhões de dó­lares, cujo fun­ci­o­na­mento se prevê que co­mece em 2016, a nação con­se­guirá sus­tentar 93 por cento do ac­tual con­sumo.

Parte dos fundos provém da ex­plo­ração do mais im­por­tante re­curso na­tural do país: os com­bus­tí­veis fós­seis.

A re­ne­go­ci­ação dos con­tratos pe­tro­lí­feros, ter­mi­nada em 2010, lem­brou igual­mente Ra­fael Correa, desta feita em de­cla­ra­ções pú­blicas de ba­lanço po­lí­tico de fim de ano, ren­deram ao Es­tado mais mil 288 mi­lhões de dó­lares, in­ves­tidos pelo go­verno no de­sen­vol­vi­mento na­ci­onal.

Com outra po­lí­tica, «todo esse di­nheiro teria ido para os bolsos dos ac­ci­o­nistas das pe­tro­lí­feras [mul­ti­na­ci­o­nais]. Agora, o di­nheiro fica no país para cons­truir hos­pi­tais, es­tradas e es­colas para o povo equa­to­riano», con­cluiu o pre­si­dente, se­gundo a Prensa La­tina.

«Já não somos o go­verno das tran­sac­ci­o­nais ou dos in­te­resses es­tran­geiros», mas «dos in­te­resses da grande mai­oria [do povo], e o pe­tróleo já é de todos os equa­to­ri­anos», in­sistiu Correa.

Numa outra co­mu­ni­cação feita ao país, o pre­si­dente equa­to­riano ga­rantiu igual­mente que grandes pro­jectos de ir­ri­gação dos solos – pro­blema es­tru­tural da agri­cul­tura na­ci­onal nunca re­sol­vido por an­te­ri­ores go­vernos –, ou de au­mento da qua­li­dade da edu­cação vão avançar no país. Já não basta que 95 por cento das cri­anças fre­quentem a es­cola. Temos que elevar a qua­li­dade da ins­trução for­ne­cida, con­si­derou.

As con­sequên­cias para o povo da po­lí­tica pa­trió­tica apli­cada por Ra­fael Correa no Equador mo­ti­varam, desde 2008, o re­gresso ao país de quase 17 mil e 500 equa­to­ri­anos, in­for­maram os ser­viços de mi­gração do go­verno.



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