Uma greve habitualmente não se vê, sente-se. Fazer greve é faltar ao trabalho. Sente a greve, primeiro, quem a faz. Quem se junta aos piquetes de greve – alguns deles visíveis nos principais acessos de algumas empresas e serviços – não só sente e vê a greve no seu local de trabalho, como pode até ter uma noção muito concreta de quem aderiu, quem não aderiu e por que motivos. Sente os efeitos da greve quem vê as suas rotinas perturbadas, seja na escola dos filhos, seja no transporte público, seja quando chega ao trabalho e tem um piquete a lembrar-lhe os motivos da luta de todos e que ela também é sua. Mas, na realidade, uma greve não é muito visível, mesmo sendo uma greve geral.
Desta vez, a CGTP-IN decidiu dar mais visibilidade à greve geral, aos seus objectivos e aos apoios que ganhou, mesmo de quem não é por ela abrangido – como os reformados ou os desempregados. Da organização de acções de rua, de contornos muito variados, foram incumbidas as estruturas distritais do movimento sindical unitário. Em torno das uniões de sindicatos, a par da mobilização de trabalhadoras e trabalhadores para a greve geral e, em especial, para a criação de piquetes, foram definidas mais de três dezenas de iniciativas.
E assim, no dia 24 de Novembro, ao muito trabalho desenvolvido para construir a maior greve geral, dezenas de milhares de pessoas juntaram ainda o esforço que veio dar à luta uma forte expressão de rua.
São de algumas destas iniciativas públicas as imagens que aqui publicamos, procurando com elas mostrar mais rostos, ruas e praças da greve geral que se fez sentir por todo o País, como contámos nas páginas anteriores, e que vai continuar «nas empresas e na rua», como milhares de vozes garantiram com convicção e com razão.