Milhares de italianos manifestaram-se, no sábado, 5, em Roma, exibindo cartazes e gritando palavras de ordem contra o primeiro-ministro: «Sílvio, vai-te embora». O protesto, sob o lema «a Constituição italiana, é a mais bela do mundo», foi convocado pela maior formação da oposição, o Partido Democrático (PD), e teve a adesão da confederação sindical (CGIL), num momento em que aumentam as dissidências dentro dos partidos que sustentam o governo.

O líder do PD, Pier Luigi Bersani, pedindo a saída de Silvio Berlusconi, considerou que a Itália está exposta à crise, devido «à política de um governo incapaz e desprezível». Há meses que o PD defende a constituição de um novo executivo assente numa maioria que agrupe a esquerda e diferentes movimentos centristas.

Em resposta à entrada da Comissão Europeia e Fundo Monetário Internacional (FMI) para fiscalizar as contas públicas do país, acordada na véspera na cimeira do G20, Bersani prometeu «restituir à Itália a sua dignidade e o seu nome», lançando críticas à chanceler alemã, Angela Merkel, e ao presidente francês, Nicolas Sarkozy, por terem colocado «a Europa de joelhos», começando pela forma como geriram «o problema da Grécia».