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Há 140 anos – 18 de Março de 1871 –, o povo de Paris, quase a morrer de fome, sem munições, no meio de manobras capitulacionistas do governo burguês de Thiers, encabeçado pelo Comité Central da Guarda Nacional eleito pelos operários e artesãos revoltados, tomou o poder e assumiu-se como o primeiro governo operário da História.
Durou apenas 72 dias mas, no curto período da sua existência, a Comuna de Paris decretou um conjunto de medidas políticas e sociais reveladoras do seu carácter de classe. «Assalto aos céus», chamaram-lhe Marx e Engels, que a apoiaram desde logo por todos os meios possíveis.
Entre as várias medidas tomadas pela Comuna destaca-se a liquidação do exército burguês e a sua substituição pela Guarda Nacional; a dissolução da polícia política; a separação da Igreja do Estado; a introdução do sistema democrático de eleições.
Barbaramente afogada em sangue a 28 de Maio, o ideal comunista da Comuna mantém porém toda a sua actualidade, assegurou Manuel Gusmão no debate que também sobre este tema se realizou.
Foi a partir da Comuna que, em Portugal, o movimento operário se começou a desenvolver e a estruturar, sublinhou por sua vez Domingos Abrantes, para quem a Comuna, para além de todos os valores que encerrou e do impacto que produziu no movimento operário, teve o mérito de colocar a necessidade imperiosa da criação de partidos operários.