Vida, memória e identidade
O cais do Ginjal com o seu quilómetro e meio, na frente ribeirinha Norte de Almada, vai ser objecto de uma intervenção requalificadora que lhe garantirá a preservação da memória e da identidade, conferindo-lhe simultaneamente novas funções.
É «um clarão ao fundo do túnel», assim o definiu a presidente da Câmara de Almada, Maria Emília de Sousa, aludindo ao projecto estabelecido para aquela área histórica que bordeja o Tejo olhando Lisboa.
A edil falava no dia 14 na apresentação em Cacilhas do Estudo Prévio do Plano de Pormenor do Cais do Ginjal, parte do Estudo de Enquadramento Estratégico Almaraz/Ginjal. Na ocasião, o arquitecto Samuel Torres de Carvalho, responsável pelo plano de pormenor, afirmou que «o Ginjal precisa de um coração novo, mas que mantenha a memória do cais», deixando a garantia de que assim será.
«A garantia de que a identidade do espaço vai manter-se é o facto de todas as ideias que os [arquitectos que trabalharam no projecto tiveram] terem sido ideias que já estavam no Ginjal», sublinhou, pormenorizando: «Desenhámos em cima do que lá estava. Usámos a matéria-prima do que lá estava. Vamos introduzir alguns elementos novos, fazendo com que o espaço seja habitável e com que possam utilizar-se os espaços que estão em bom estado. Vamos, no fundo, transformar, recuperar, ampliar e elevar o cais».
Por si destacadas foram ainda as melhorias que serão feitas ao nível das acessibilidades e da segurança, adiantando, por outro lado, que tudo obedecerá a «uma lógica de usos mistos para conquistar a permanência no lugar e para voltar a misturar o trabalho e a vida».
O plano prevê a construção de uma zona de habitação, a transformação de antigos edifícios em espaços com novas funções, a abertura de pracetas interiores, espaços de lazer, zonas de comércio local e serviços de apoio, zonas de indústrias criativas e também a criação de espaços públicos.