Prossegue a barbárie
O movimento camponês do Bajo Agúan denunciou a execução de outros três trabalhadores rurais e dirigentes políticos da região. José Recinos, 33 anos, Género Cuestas, 37 anos, e José Santa Maria, 27 anos, eram membros da direcção da Cooperativa San Esteban e foram assassinados no domingo, 5 de Junho, quando passavam por uma herdade fortemente vigiada por membros da segurança privada de um agrário.
No Vale do Agúan já morreram 39 camponeses na disputa de terras e dezenas encontram-se em parte incerta. Só entre o final de Maio e o início de Junho, pelo menos seis camponeses desapareceram, dois dos quais raptados por grupos armados, asseguram testemunhas.
Acrescem os ataques a acampamentos e terras na posse dos camponeses do Agúan – como o ocorrido igualmente no dia 5 de Junho contra a fazenda San Isidro e as instalações do Instituto Nacional Agrário -, as recompensas de 50 mil lempiras oferecidas pelos agrários por cada quatro camponeses mortos pelos mercenários, e a colaboração da policia, e do exército nas operações a mando dos proprietários rurais.
Paralelamente, a Frente Nacional de Resistência Popular e o presidente derrubado pelo golpe de Estado de 28 de Junho de 2009, Manuel Zelaya, convocaram para o próximo dia 26 de Junho, na capital, Tegucigalpa, uma assembleia geral da resistência.
O objectivo é preparar uma plataforma que concorra às eleições presidenciais de 2013 e promova a necessidade da instalação de uma Assembleia Constituinte no país.