Os iguais e os diferentes
Domingo será um excelente dia para pensar nos partidos que são iguais e nos que são diferentes. Além de todas as razões já conhecidas e que devem estar presentes no momento do voto, neste dia terá lugar em Almada um acontecimento que se juntará à lista dos exemplos das diferenças. 5 de Junho será o dia em que as grandes superfícies do concelho voltarão a fechar ao domingo à tarde. A história é simples: PS e PSD aprovaram uma lei de acordo com os interesses dos grupos económicos da grande distribuição. O funcionamento das grandes superfícies passou a ser das 6h às 24h, todos os dias do ano, deixando às autarquias locais apenas a possibilidade de regulamentar a abertura aos domingos à tarde, tendo de justificar a decisão na base de ponderosas razoes como a «segurança das populações» ou o «interesse público».
O PCP e Os Verdes sempre combateram a liberalização dos horários do comércio, tendo o PCP apresentado um projecto-lei propondo que a regra passasse a ser o encerramento de todo o comércio aos domingos e feriados.
Em Almada, por proposta dos eleitos da CDU, sustentada num período de discussão pública que envolveu trabalhadores e os seus órgãos representativos, comerciantes e as suas associações, foi aprovado um regulamento municipal que estipula que as grandes superfícies instaladas no concelho encerram aos domingos à tarde, no 25 de Abril, no 1.º de Maio, no dia de Natal e no dia de Ano Novo. A Câmara do Seixal já decidiu no mesmo sentido e as do Barreiro e Setúbal preparam regulamentos idênticos. Muitos eleitos da CDU em órgãos autárquicos onde estão em minoria tomaram posições semelhantes. Grupos económicos do sector ameaçam com providências cautelares para procurar impedir este pequeníssimo passo atrás que lhes é imposto. Veremos o que sucede.
Poder-se-á dizer que é um pequeno gesto, quase simbólico. E é. A exploração dos trabalhadores do sector não termina infelizmente por aqui, nem de forma tão simples. Mas é um gesto que mostra que os comunistas têm uma só palavra: na Assembleia da República, nas autarquias ou nos locais de trabalho, são uma força indispensável ao País a que é urgente dar mais força. Em tempos de tanta incerteza, o voto certo e de confiança é na CDU.