Activistas da CDU estiveram anteontem de manhã a contactar com os trabalhadores do Jumbo de Setúbal e do Continente do Seixal e do Montijo. No documento que servia de base para o contacto denunciava-se os lucros dos grupos económicos detentores dessas grandes superfícies comerciais (192 milhões no caso da Sonae e 742 milhões no caso do grupo Auchan), comparando-os com os salários dos trabalhadores. Aí afirma-se mesmo que «estes lucros só são possíveis porque os salários são baixíssimos, ou são congelados ou têm aumentos ridículos, aumenta o número de horas de trabalho, não pagam as horas extraordinárias, etc».
Sensibilizados por este argumento e por outros, muitos trabalhadores ficaram à conversa com os activistas da CDU manifestando por um lado o seu desconhecimento pelas medidas inscritas no plano da troika e por outro o seu receio pelo que elas trazem de retrocesso social, nomeadamente no que respeita ao congelamento dos salários, à facilitação dos despedimentos e à desregulamentação dos horários. Os activistas lembraram ainda que as autarquias de maioria CDU na região tomaram ou estão a tomar medidas para impedir a abertura das grandes superfícies ao domingo à tarde.
Apesar da precariedade que reina nestas empresas, alguns trabalhadores chegaram mesmo a levar folhetos para distribuir aos seus colegas no interior das lojas.