Protesto de toda a comunidade educativa

Marcha pela Educação a 2 de Abril

Com o propósito de exigir qualidade no sistema educativo e defender a escola pública, a Plataforma da Educação convoca toda a comunidade educativa para a «Marcha Nacional pela Educação e em Defesa da Escola Pública», dia 2 de Abril, em Lisboa.

Todos os pais, professores, alunos e funcionários estão convidados

A iniciativa da Plataforma da Educação, estrutura que une organizações de professores, estudantes, trabalhadores não docentes, encarregados de educação, psicólogos e inspectores, bem como cidadãos em geral, tem início previsto para as 14.30 horas, no Marquês de Pombal.

Propondo-se juntar toda a comunidade educativa num forte protesto contra a política do Governo PS para a educação, a acção pretende exigir uma política que respeite o ensino público e toda a comunidade educativa, e repudiar medidas «muito gravosas, com forte impacto na organização das escolas e no seu funcionamento, com desvalorização do trabalho dos profissionais do sector, que provocarão forte desemprego e terão implicação negativa na qualidade do ensino».

Na convocatória, apresentada em conferência de imprensa, a 10 de Fevereiro, a Plataforma salientou que a marcha repudiará a intenção do Ministério da Educação (ME) de extinguir entre 30 a 40 mil horários docentes, no próximo ano lectivo; «a ausência de negociação com os parceiros educativos»; a «imposição de medidas que comprometem o ensino de qualidade», como a criação de mega-agrupamentos e as normas para a constituição de turmas. Outras medidas anunciadas, concretizando-se, desvalorizarão o trabalho dos profissionais do sector, designadamente os cortes salariais, o congelamento de carreiras ou a violação de acordos anteriormente assumidos e não cumpridos pelo ME, como os respeitantes a horários e à avaliação de desempenho, e como o arrastamento de situações de precariedade no desempenho de trabalho permanente.


Acções no ME


Prosseguindo com as acções de mobilização e de sensibilização da opinião pública e de protesto da classe docente, a Federação Nacional dos Professores iniciou, anteontem, um «Ciclo de acções de denúncia, protesto e exigência», diante do Ministério da Educação, em Lisboa. As próximas estão marcadas para hoje e para os dias 29 e 31, todas entre as 10.30 e as 15.30 horas.

Com pequenas rábulas teatrais, a Fenprof pretende «sensibilizar a opinião pública para quatro grandes problemas que afectam a escola, os professores e toda a comunidade educativa», explicou ao Avante! o secretário-geral da Fenprof, Mário Nogueira.

Anteontem, simulou-se a montagem de um castelo de cartas onde apareceram, em figuras, vários ministros e onde José Sócrates, Cavaco Silva, Durão Barroso e Teixeira dos Santos foram «os quatro ases». A completar o baralho estiveram «dez jokers», todos respeitantes a problemas específicos vividos pela classe docente, designadamente, os horários de trabalho, o desemprego e a precariedade, as quotas na avaliação, os cortes salariais, o congelamento das progressões, a desvalorização das aposentações, a gestão centralizadora, a inexistência de concursos para o ingresso no quadro, o calendário de exames e «o roubo no tempo de serviço».

A acção prosseguiu com uma rábula, após uma conferência de imprensa, contra as condições sócio-profissionais impostas aos docentes nos últimos anos, seguida pela distribuição de um comunicado à população, e da continuação da recolha de assinaturas de apoio ao «Manifesto em defesa da escola pública e da qualidade da educação».

A acção terminou com a destruição do castelo de cartas e a simulação de um levantamento popular, simbolizado pelo erguer de um pano onde se reivindicou a defesa da escola pública e da dignidade da profissão docente.

Para hoje, o ciclo prevê abordar a rede escolar, os agrupamentos e as respectivas gestões. No dia 29, será a vez da avaliação de desempenho, e no dia 31, a acção subordinar-se-á aos horários de trabalho dos professores.



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