Negociação na Secil, acordo na Panasqueira

Primeiros frutos da luta

A administração da Secil abandonou a intenção de congelar salários, enquanto os mineiros da Panasqueira conquistaram uma actualização de 2,5 por cento e um novo subsídio.

Unidade e luta abrem caminho a resultados positivos

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Para amanhã está marcada já uma segunda reunião de negociação com a administração da cimenteira, para análise das novas posições da Secil e dos trabalhadores. Para a Feviccom/CGTP-IN, este é «um primeiro resultado» da forte greve realizada de 22 a 25 de Fevereiro. A unidade e a determinação de prosseguir a luta, logo após a actual fase de reparação do forno, ficaram claras no plenário de 1 de Março, e nesse dia «a administração voltou à mesa de negociações, com uma abertura negocial que anteriormente não demonstrou».

A federação, no comunicado que divulgou segunda-feira, deu conta de que num novo plenário, dia 3, na fábrica do Outão (Setúbal), foram aprovadas «novas propostas para o crescimento dos salários». Perspectivando «uma evolução positiva» na reunião de amanhã, revela que também «foi reafirmada a disponibilidade para uma nova greve, em Março», caso o desenlace não seja satisfatório.

«A luta e unidade destes trabalhadores são, como a vida tem demonstrado, o caminho seguro para a melhoria das suas condições de vida e de trabalho», lembrava a Comissão Concelhia de Setúbal do PCP, numa mensagem de solidariedade que tornou pública a 23 de Fevereiro.

O acordo entre a Sojitz Beralt e o Sindicato dos Trabalhadores da Indústria Mineira, que prevê um aumento de 2,5 por cento, na tabela salarial para 2011 e a criação do «subsídio de fundo», no valor de dez euros mensais, foi ratificado em plenário, no dia 1 de Março. A subida da massa salarial global é de três por cento, para os trabalhadores da superfície, e de quatro por cento, para os trabalhadores do fundo. O acordo aplica-se aos 350 trabalhadores da mina da Panasqueira, e tem efeitos a 1 de Janeiro, informou a Fiequimetal/CGTP-IN. Na acta-acordo, publicada no sítio Internet da federação, ressalva-se que, tendo em conta a boa situação económica e financeira da empresa, os trabalhadores assinalaram que o seu conteúdo fica aquém do esperado.

 

Contra cortes

 

«A muito forte adesão às greves na REN e na Valorsul é a expressão actual da crescente mobilização dos trabalhadores das empresas do sector empresarial do Estado, contra os cortes salariais impostos pelo Governo, com o aval do PSD, e aplicados pelas administrações», afirma a estrutura intermédia da Intersindical para as indústrias metalúrgica, química, farmacêutica, eléctrica, gráfica, da celulose e papel, a energia e o sector mineiro.

A observação acompanha a divulgação de informação sobre aquelas lutas e também sobre uma reunião de representantes dos trabalhadores de empresas públicas e participadas, do âmbito sindical da Fiequimetal, em que foi analisada a situação na Imprensa Nacional Casa da Moeda, nos Estaleiros Navais de Viana do Castelo, na Empresa de Electricidade da Madeira e na Valor Ambiente (admitindo-se a possibilidade de uma acção conjunta destas duas na região autónoma), na Baía do Tejo, na Amarsul e na EPAL.

Na REN (Redes Energéticas Nacionais), as greves parciais iniciadas a 1 de Março e que se prolongam até ao fim do mês «têm tido muito forte adesão, numa média superior a 80 por cento». Os trabalhadores têm assegurado «estritamente os serviços mínimos» e, «apesar de o tempo de paralisação abranger apenas um quarto do período de laboração, tem havido perturbações e atrasos». A «vários casos de intimidação e pressão» os trabalhadores «têm sabido resistir e mantêm-se firmes».

Na Valorsul decorre desde 15 de Fevereiro uma greve ao trabalho suplementar, que «já obrigou a paragens de produção na Central», em S. João da Talha. A federação afirma que têm sido exigidas jornadas de 16 horas, ininterruptas, e que a empresa já fez a substituição de trabalhadores em greve – ilegalidades que foram comunicadas à ACT.



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