Forte protesto em Lisboa
Mais de três mil trabalhadores repudiaram a política do Governo PS e reivindicaram melhores condições de vida e de trabalho, na manifestação de dia 28 que partiu da Praça de Camões até junto da residência oficial do primeiro-ministro, na Calçada da Estrela, em Lisboa, integrada na semana de luta da CGTP-IN.
Antes de desfilarem por trabalho com direitos, pelo direito à negociação colectiva, contra os cortes salariais e nas prestações sociais, e contra o aumento do custo de vida, o membro da Executiva da central, Libério Domingues, interveio e responsabilizou o Governo PS pelas «graves políticas desenvolvidas com o apoio do PSD e do actual Presidente da República, para gáudio do patronato».
Encabeçada pelos jovens trabalhadores da Interjovem/CGTP-IN, que repudiaram a precariedade e exigiram trabalho com direitos, a manifestação desceu a Calçada do Combro, sob forte chuva, que não demoveu o protesto.
Logo depois destacavam-se os trabalhadores da Thyssen Elevadores, no sector das Indústrias Eléctricas, que também cumpriram greves, neste dia e na segunda-feira, por actualizações salariais de 45 euros para todos. Quase cem destes funcionários concentraram-se em protesto, de manhã, diante da sede da empresa, em Massamá, Queluz.
Os trabalhadores da Administração Local clamavam «Pela dignidade, em defesa dos serviços públicos», e os do Comércio e Serviços «Pelo desenvolvimento e o emprego». Já os trabalhadores do Pingo Doce reclamavam a passagem à efectividade dos contratados a prazo.
Contra o PEC posicionaram-se os trabalhadores das associações sindicais, enquanto os da Hotelaria, Restaurantes e Similares exigiam «Respeito pela contratação colectiva». Cerca de 350 participaram, de manhã, num plenário. Presentes estiveram também os trabalhadores do café A Brasileira do Chiado, exigindo o «Fim da repressão» patronal.
O sector da Agricultura e das Indústrias de Alimentação e Bebidas fez ouvir o seu repúdio pelo desemprego e roubo nos salários, antecedendo a passagem dos trabalhadores da Função Pública que acusaram o Governo de não cumprir os compromissos e de não ouvir quem trabalha.
Contra a externalização de serviços, que consideram ser uma privatização, estiveram os funcionários do Município de Lisboa. Os da limpeza urbana cumpriram uma greve, à hora do almoço.
«Valorizar o tecido produtivo» foi a reivindicação que se ouviu dos trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Actividades do Ambiente, antecedendo o protesto dos pensionistas da Inter-Reformados por valorizações justas das reformas e uma Segurança Social digna.
Os professores da Grande Lisboa, por seu turno, saíram em defesa da escola pública, enquanto os trabalhadores dos transportes exigiam a defesa dos serviços públicos, aumentos salariais dignos e a manutenção dos postos de trabalho. No final, todos garantiram que a luta tem de e vai continuar.