Jerónimo de Sousa em Alpiarça e Torres Novas

Travar a ofensiva do capital

O secretário-geral do PCP considera que as grandes e as pequenas lutas de massas são a melhor resposta à ofensiva do capital contra os direitos e condições de vida dos trabalhadores e do povo.

«Resistir é a primeira pedra na construção do futuro»

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Em duas iniciativas com militantes e amigos do Partido, em Alpiarça, terça-feira, dia 7, e em Torres Vedras, no passado domingo, Jerónimo de Sousa lembrou que apesar dos múltiplos apelos à desistência veiculados pelos executantes da política de direita e seus propagandistas, aqui está o colectivo comunista «a defender a democracia e um Portugal mais justo».

Colectivo que, no quadro de uma cerrada campanha ideológica da classe dominante, esteve profundamente empenhado na greve geral, «exemplo notável que os trabalhadores deram em defesa de Abril e da Constituição da República Portuguesa» e, sobretudo, ponto de partida para a luta que continua, feita de pequenas e grandes batalhas, mas o seguramente o caminho que «determinará a inversão do actual rumo », disse.

Perante os 120 participantes no almoço-convívio realizado na aldeia de Varatojo, no concelho torreense, o dirigente comunista lembrou que «o tempo que vivemos é propício a declarações de solidariedade para com os mais desprotegidos, os pobres e os excluídos», mas não é, de todo, um tempo de armistício no conflito de classes.

Respondendo aos interesses da grande burguesia e do capital financeiro, PS e PSD, com o apadrinhamento do Presidente da República, aprovaram um Orçamento do Estado OE) que, pelo seu conteúdo, «longe de constituir uma trégua, é uma declaração de guerra aos que menos têm e menos podem», pronunciando «tempos de agravamento da situação que vivemos», continuou Jerónimo do Sousa.

Para o secretário-geral do PCP, «o OE vai significar mais sacrifícios para os trabalhadores, os reformados, pensionistas e idosos, as crianças, as pessoas com deficiência, os que vivem do seu pequeno negócio e os que se encontram no desemprego e em situação de exclusão social».

A partir de Janeiro de 2011, estes vão sentir de forma ainda mais contundente as consequências da política ao serviço do grande capital, dado que «90 por cento da factura [da crise] vai ser paga precisamente por quem aufere rendimentos mais baixos, enquanto que apenas 10 por cento vai ser suportada pelos poucos que beneficiam com a crise».

 

Construir o futuro

 

Mas ainda a aplicação do Orçamento não confirmou todas as suas malfeitorias, e já o patronato e o Governo preparam uma nova escalada na ofensiva. «Não estão satisfeitos com a redução dos salários, querem dar novas machadadas nos direitos individuais e colectivos dos trabalhadores, designadamente com alterações à lei laboral» procurando a «liberalização dos despedimentos e o seu embaratecimento», isto num País «com mais de 700 mil desempregados e com um dos maiores índices de precariedade da UE», acusou Jerónimo de Sousa.

«O capital, o seu governo e a sua UE, querem facilitar os despedimentos» criando «um fundo público em que o Estado suporta o livre arbítrio dos patrões, que pretendem descartar os “incómodos”, os mais velhos numa fase crucial da sua vida».

«Vai haver mais pobres em Portugal a partir de 1 de Janeiro. Os ricos procuram sossegar a consciência em Dezembro, mas logo se esquecem deles entrado o novo ano», insistiu o secretário-geral do Partido.

Apesar de se levantarem «sombras negras em relação ao futuro de Portugal», este Partido, que em breve fará 90 anos, «aqui está a lutar, porque resistir é a primeira pedra na construção do futuro», concluiu o secretário-geral.



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