Literatura secundarizada
Um «retrocesso» e uma «perda», assim é classificada por 15 escritores a extinção da Direcção Geral do Livro e das Bibliotecas.
Numa carta enviada à ministra da Cultura, onde manifestam a sua «indignação» e «desalento pelo rumo que está a ser dado a este sector, os escritores afirmam a sua estupefacção face à «extinção do único organismo que representava o empenhamento do Estado português, através do Ministério da Cultura, numa das áreas que melhor tem representado o nosso País na sua transformação democrática: a difusão da sua literatura».
Depois de assinalarem que «a reintegração da gestão dos assuntos do livro e da leitura na Biblioteca Nacional de onde em devido tempo foi autonomizada, significa a desvalorização, secundarização e desprezo por todo um sector que está em mudança», os signatários, entre os quais se contam nomes como Almeida Faria, Gastão Cruz ou Gonçalo M. Tavares, anotam que «esta fusão vem dar uma imagem cada vez mais pobre de um mundo político que confunde gestão de meios com o extermínio cego das instituições que funcionam».