Durante os três dias da Festa do Avante!, milhares de pessoas passaram pelo Espaço da Ciência, que este ano abordou a «Biodiversidade para um mundo melhor». Num conjunto alargado de painéis, os comunistas sensibilizaram para a causa da biodiversidade, denunciaram os crimes do sistema capitalista contra a natureza e mobilizaram os visitantes para a única solução de salvação do planeta, que é o estabelecimento de uma relação sustentável entre as comunidades humanas e a natureza.
«As espécies estão hoje a desaparecer a um ritmo mil vezes superior ao ritmo natural», lia-se numa parte da exposição, onde ainda se dava conta que a preservação da biodiversidade é «uma preocupação de todos os comunistas e de todos os democratas». Desta forma, o PCP aproveitou o Ano Internacional da Biodiversidade para «enaltecer a sua importância para a sobrevivência e bem-estar da humanidade», denunciar «o papel do capital na sua destruição» e consciencializar «a população de que as perdas da biodiversidade são irreversíveis».
No local, para além da constatação de que existem no nosso planeta ambientes muito diversificados, que proporcionaram a evolução de seres únicos, adaptados às várias condições físicas, haviam ainda muitas experiências para os mais curiosos, nomeadamente uma mesa de balões, que não rebentavam quando, sob uma tábua, nos colocávamos em cima deles. A explicação é que o peso é distribuído por toda a superfície e a pressão que cada balão sofre vai ser muito pequena de que se os pisarmos um a um.
Naquele espaço havia ainda um local para as crianças, que davam azo à sua imaginação e pintavam animais e flores. Esta é uma causa universal e todos os gestos contam.
Dez anos de ciência na Festa
No auditório daquele espaço o visitante podia ainda ver uma exposição sobre os dez anos da ciência na Festa do Avante!, que começou, em 2000, no Pavilhão Central, por iniciativa da Organização Regional de Coimbra do PCP. Nesse ano estiveram patentes protótipos de investigação na área da robótica.
Em 2001 abordou-se a temática da Astronomia, tendo ainda estado expostos modelos do Sputnik e do Programa Apolo. Deu-se ainda destaque a experiências interactivas e a observações astronómicas, que se tornaram dois hábitos para os anos seguintes do Espaço Ciência.
Em 2002 o tema escolhido recaiu sobre a «Água»; em 2003 deu-se a conhecer a importância de que se revestem a gestão e o uso racional dos limitados recursos energéticos e em 2004 a «Fome: Passado, Presente e Futuro».
Sob o lema «Portugal de pedra e cal», o Espaço da Ciência mostrou em 2005 a importância da «Geologia», e em 2006 o tema desenvolvido foi subordinado às questões da terra e à degradação dos solos.
2007 foi o ano em que o Espaço da Ciência se instalou junto ao Lago, tendo se destacado os avanços científicos e tecnológicos no sector dos transportes terrestres. «Sentir a vida, transformar o mundo» foi a nome da exposição de 2008, que abordava os cinco sentidos, e em 2009 «(R)Evolução», que deu a conhecer as principais etapas da evolução da vida.
Para falar dos «Dez anos de ciência na Festa do Avante!» realizou-se, no domingo, um debate que contou com a intervenção de Augusto Flor, da Direcção da Festa e responsável pelo Espaço Ciência, António Martins, da Organização Regional de Coimbra do PCP, Manuel Crisóstomo, da Universidade de Coimbra, e Barros Fernandes, da Universidade Nova de Lisboa.Naquele espaço tiveram ainda lugar outros debates, sobre «Serviços dos ecossistemas, valor da biodiversidade e bem-estar humano», com Henrique Pereira e Miguel Tiago; sobre como «Agir para proteger: O que é que eu posso fazer? Experiências na primeira pessoa», com João Lopes e Álvaro Costa; e sobre «A (Bio) diversidade do universo», onde o professor Máximo Ferreira falou do Big Bang e a expansão do universo. Iniciativas que contaram, sempre, com várias dezenas de pessoas.