CT da SPdH desmente Jornal de Negócios

Prejuízos não permitem privatização

A Comissão de Trabalhadores da Sociedade Portuguesa de Handling considerou «pouco abonatória para o profissionalismo jornalístico» a notícia sobre a decisão da TAP de privatizar a totalidade da Groundforce.

«Os maus resultados devem-se a má gestão»

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Num comunicado emitido dia 6, a CT da SPdH/Groundforce lembrou que as actuais dificuldades económicas vividas na empresa são da responsabilidade dos «sucessivos governos» e da gestão por eles nomeada. A CT reagiu assim a uma notícia publicada quarta-feira, dia 4, no Jornal de Negócios, que dava como certa a privatização total da Groundforce.

Segundo a CT, aquela informação «de notícia não tem nada», uma vez que se trata, unicamente, de «um processo de intenções já por diversas vezes anunciado». Aliás, nota a CT, dois dias antes o mesmo jornal tinha publicado outra notícia onde anunciava que a «TAP vai vender todo o capital da Groundforce».

Naquelas mesmas «notícias» também se referia que tinham sido os resultados da SPdH, no ano passado, a principal causa para a TAP ainda registar prejuízos».

Criticando a «memória pequena e muito selectiva», a CT da SPdH lembrou o resultado obtido pela TAP, em 2003, com a privatização de parte do handling e que foi, «talvez, o único e principal responsável pela obtenção de lucros», pelo Grupo TAP, naquele ano.

A administração da TAP é responsabilizada por ter tomado «opções, ao longo dos últimos anos» que resultaram «numa defesa pouco intransigente por parte da SPdH, dos interesses financeiros e comerciais desta junto da própria TAP, não só no contrato de handling, mas também no de prestação de serviços feito com a TAP Serviços».


Privatizar prejuízos?


Lembrando que o próprio presidente da TAP, Fernando Pinto, afirmou, por diversas vezes, que «a privatização do handling foi um erro», a CT da SPdH não acredita na veracidade da privatização total da Groundforce, nomeadamente por não crer que haja «alguém interessado em comprar uma empresa onde a TAP, como cliente, corresponde a 65 por cento da facturação, podendo, possivelmente, deixar de o ser».

A comprovar a ausência de veracidade daquela «notícia», a CT salientou que aquela alienação «entraria em contradição com o facto de a TAP não aceitar ficar sem o controlo do handling», intenção confirmada pelo próprio presidente e que provocou, em 2004, o fim da parceria com a Globália.

«Quem estará interessado numa empresa que acumulou, nos últimos três anos, mais de 80 milhões de euros de prejuízo» e que tem orçamentado, «para o presente ano, perdas de 19 milhões», perguntou ainda a CT da SPdH.

Para a CT, aquela notícia «faz lembrar aqueles anúncios colados em qualquer vidro de automóvel, já gastos pelo sol, com o título “Novo dono procura-se”».

 

Mais atrasos e transtorno

 

Salientando que o handling tem à sua responsabilidade toda a assistência em terra respeitante a carga, correio, check-in, embarque e desembarque, terminal de bagagem, assistência de placa, perdidos e achados, preparação de equipamentos, autocarros e outras funções essenciais aos aeroportos e seus passageiros, a CT revelou que durante o fim-de-semana prolongado, de 30 de Julho a 2 de Agosto, nos 744 voos saídos de Lisboa, 120 atrasaram-se por responsabilidade da SPdH (16,12 por cento do total de voos).

Quanto às procuras de bagagem, em 527 voos TAP, os atrasos afectaram 60 (11,38 por cento) com grandes transtornos para a empresa, os trabalhadores e os passageiros.

Estes dados são mais reveladores quando comparados com os atrasos registados por procura de bagagem noutras companhias, pois estes equivalem a «cerca de metade» dos verificados nos voos TAP, assinala a CT da SPdH.

Mas há atrasos ainda «mais gritantes», cuja responsabilidade a CT atribui à gestão, designadamente «o recurso maciço ao trabalho temporário» de contratados «sem experiência»; a procura de bagagens com passageiros a bordo; erros de carregamento; má identificação, e um sistema informático, chamado inform e que a CT acusa de corromper dados, provocando mais atrasos, embora tenha custado avultadas verbas.



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