Presos mapuches em greve de fome

Trinta e um mapuches estão em greve de fome, há mais de 15 dias, em diversas prisões do Chile. Fazem parte de um grupo de 57 mapuches condenados pela «democracia» chilena, que ao fim de 20 anos continua a manter em vigor e a aplicar a Lei Antiterrorista aprovada pela ditadura de Pinochet.

O «crime» que cometeram foi o de terem lutado para recuperar a terra dos seus ancestrais de que foram violentamente expropriados em nome do «progresso». O processo que os condenou envolveu cerca de uma centena de pessoas, mas a comunidade internacional nem pestanejou, apesar de no tão apreciado «estado de direito» chileno ser possível ainda hoje uma aberração jurídica: que os presos sejam julgados pela Justiça civil e também pela militar, pelo que correm sempre o risco de ser condenados em dois fóruns diferentes pelos mesmos alegados crimes.

Dois dos presos que nos últimos dias se juntaram à greve de fome, Carlos Muñoz Huenuman e Eduardo Painemil Peña, fizeram saber através do sítio da Internet País Mapuche que, «com esta medida extrema e justa, reforçamos a resistência levada a cabo pelos presos políticos Mapuche nas diferentes prisões chilenas, que procura denunciar as injustiças cometidas contra o nosso povo, patentes em violentos confrontos, onde as principais vítimas são idosos e crianças; a utilização indiscriminada e concertada de testemunhos confidenciais incluindo de menores de idade; o excessivo tempo das investigações encabeçadas pelo Ministério Público que só transforma a prisão preventiva em definitiva; repudiar os processos político-judiciais, sustentados pela aplicação da Lei Antiterrorista, que procuram prender os militantes mapuche que enfrentam a guerra de extermínio que os Estado chileno nos declarou».

Esta luta silenciada pela imprensa dita de referência não teve sequer eco na data em que se assinalou o Dia Internacional dos Povos Indígenas (9 de Agosto). A data, instaurada em 1994 e reconhecida pela ONU, não foi motivo de celebração, já que as comunidades indígenas permanecem excluídas e sem direitos, e as suas terras e recursos naturais continuam a ser alvo da rapina dos interesses das multinacionais.



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