Proposta, acção e luta no «salão-nobre» da Atalaia
O PCP mostra no Espaço Central, a grande sala de visitas da Festa do Avante!, aquilo que marcou o último ano em Portugal. Os visitantes encontram aqui exposições, debates, encontros, posições, ideias, projecto, história, presente, intervenção, luta e futuro, têm o conforto da sombra e o convívio com os amigos, surpreendem-se com as novas tecnologias e as mais antigas ferramentas da nossa acção colectiva...
Jorge Cordeiro, da Comissão Política do Partido, e Sofia Grilo, do Departamento de Propaganda (DEP) central, adiantaram algumas informações sobre o que, entre 3 e 5 de Setembro, preencherá o «salão-nobre» da Quinta da Atalaia, que ficará no mesmo local do ano passado, à beira da Praça da Paz, estendendo-se até ao espaço das Artes Plásticas.
Bonito e fresco
Está em marcha um projecto muito inovador para as coberturas, com um sistema de entrelaçamento que permitirá uma maior circulação de ar, criando áreas mais frescas, e que também resultará num pavilhão ainda mais bonito.
Tudo se vai desenvolver em torno de uma grande praça, que terá num topo a rádio Comunic - que vai emitir em directo três horas por dia, para este espaço e para a Internet -, e no outro topo o Café d'Amizade, com uma esplanada que terá vista para a avenida.
Nesta praça vão estar painéis que evocam os 100 anos da República e que lembram e homenageiam José Saramago. Ao centro ficará o espaço «Adere ao PCP», onde os visitantes da Festa podem conversar com dirigentes do Partido, esclarecer dúvidas, transmitir opiniões e, se o desejarem, inscrever-se no PCP.
Um painel evocativo dos 25 anos da «Carvalhesa» terá pontos de escuta do novo CD. Este poderá ser adquirido na Loja da Festa, tal como vários outros materiais editados pelo Partido.
Um lugar importante é dado à imprensa do Partido, com o jornal Avante! a ocupar um papel central. Voltará a funcionar um prelo, a imprimir abertamente como se fazia na clandestinidade da luta contra o fascismo. Teremos uma presença da revista do Partido, O Militante. Uma exposição do Avante! assinala os 140 anos do nascimento de Lénine, acentuando a sua intervenção no que respeita à imprensa comunista.
A iniciativa «À Conversa com...» vai retomar a sua característica informal, num espaço aberto, com bancos de jardim, permitindo mais proximidade do que um debate ou colóquio.
Trabalho com futuro
O conteúdo político essencial do Espaço Central acompanha duas questões centrais da actualidade, em duas exposições: «1.º de Maio, 120 anos – Contra a exploração, pelos direitos dos trabalhadores e o progresso social» e «Portugal a produzir – Emprego, Justiça Social, Soberania».
Salienta-se a importância da luta dos trabalhadores contra a exploração, evidenciada com as primeiras manifestações do Dia Internacional dos Trabalhadores, a 1 de Maio de 1890. Evoca-se a luta mundial pela conquista da jornada de oito horas, faz-se a ligação ao movimento operário português e recorda-se a comemoração do 1.º de Maio pelos trabalhadores portugueses, antes e depois do 25 de Abril. É uma exposição evocativa de um momento de indiscutível significado histórico, mas que simultaneamente procura acompanhar todas as questões da actualidade relativas à luta contra a exploração e pelos direitos dos trabalhadores, num momento em que o capitalismo vive uma grave crise e há um novo patamar no ataque a esses direitos, a nível nacional e internacional.
No Forum, um debate específico sobre este tema permitirá ir além da abordagem ilustrativa que caracteriza a exposição.
«Portugal a Produzir» traz para a Festa a produção nacional como factor essencial de desenvolvimento, progresso, soberania e da própria independência nacional e, deste ponto de vista, faz a ponte para a política nacional e para os efeitos de 34 anos de política de direita, bem como para propostas e a política alternativa que o Partido defende e para o papel decisivo da produção nacional numa via independente de desenvolvimento. Haverá exemplos e testemunhos de sectores afectados pela política de direita, lembrando a destruição de áreas estratégicas, relacionando-a com o processo de integração capitalista e a dinâmica monopolista e neoliberal da União Europeia - com graves prejuízos para a economia nacional, agravando os défices estruturais.
A par da imagem gráfica, com os textos e imagens nos painéis, serão expostos materiais, equipamentos, produtos, em expressão que ainda está a ser construída, com entidades públicas e com uma ou outra empresa privada, entre as que que têm produção nacional de algum valor simbólico.
No Forum realiza-se um debate, não especificamente sobre «Portugal a Produzir», mas onde este tema será abordado no âmbito do Programa de Estabilidade e Crescimento e da política necessária e alternativa.
Outros dois debates - dos cinco que vão ter lugar no Forum durante os três dias da Festa - tratam do actual estado do imperialismo: da caracterização da crise capitalista e da luta dos povos, e da próxima cimeira da NATO e da luta pela paz, dos problemas da guerra e da paz centrados no papel da NATO (este deverá contar com um ou outro convidado estrangeiro, de entre os partidos irmãos que vão estar na Festa).
Um quinto debate, com algumas reflexões suscitadas pela leitura de O Partido com Paredes de Vidro, será mais centrado no PCP.
A exposição dos 120 anos do 1.º de Maio inclui, por exemplo, vários documentos históricos digitalizados com que os visitantes podem interagir através de ecrãs tácteis. «Portugal a Produzir» abre com um filme num grande ecrã e termina com uma grande vitrina, onde estarão exemplos simbólicos da produção nacional.
Cinema
No CineAvante - o auditório de projecção - vai passar cinema documental português. Trata-se de filmes muito recentes, estreados desde o ano passado, como Paredes Meias (sobre o conjunto habitacional da Bouça, um projecto de habitação económica desenhado pelo arquitecto Álvaro Siza Vieira e que foi construído durante 30 anos numa das zonas de maior pressão imobiliária do Porto), 48 (vencedor do Festival Cinéma du Réel, de Paris, sobre os 48 anos de fascismo, usando imagens de guerra, documentários de propaganda, fotografias e depoimentos de prisioneiros políticos, entre os quais alguns camaradas nossos), Ruínas (que propõe uma viagem por vários edifícios e outras construções, que se encontram ao abandono em diversos pontos do País) ou Pare, Escute e Olhe (um cine-manifesto em defesa da Linha do Tua, chamando a atenção para as promessas políticas que Trás-os-Montes nunca viu serem cumpridas).
TIC
No espaço das tecnologias de informação e comunicação o lugar central vai para a página do Partido na Internet, que foi reformulada em Maio passado e que tem na Festa um importante momento de divulgação e promoção. Vai aqui ser dado destaque ao tema de uma das exposições centrais, dedicando vários painéis às TIC na produção nacional, com o habitual enfoque na divulgação e promoção do software livre, e também na sua utilização em Portugal. A situação de quem trabalha na área das TIC será abordada num vídeo e num debate.
Loja
A Loja da Festa é o sítio onde se pode adquirir diversas recordações (t-shirts, pins, emblemas...) que em casa hão-de evocar a presença nesta edição de 2010 ou completar a colecção onde falta a Festa de um ano mais atrás. Também aqui estão vários materiais editados pelo PCP, como serigrafias e discos - por exemplo, a nova edição da Carvalhesa.
Junta-te a nós!
No centro da larga praça do Espaço Central, há uma área onde é feito um convite a quem não é comunista: «Adere ao PCP!».
Aqui estão dirigentes e deputados do Partido, rostos conhecidos das batalhas que trabalhadores, jovens, reformados, mulheres, utentes - aqueles que dão rosto ao povo abstracto - travam todos os dias e que, por serem justas, têm o apoio activo do PCP. Quem visita a Festa pode com eles conversar sobre o projecto e a actividade do Partido, colocar questões e dúvidas e... aceitar o convite.