Crime ambiental
O Partido Ecologista «Os Verdes» (PEV) considerou, em nota de imprensa, que a proposta apresentada pela EDP de criação do Parque Natural Sabor/Tua, como forma de compensação à construção das barragens, não passa de uma «hipocrisia gigantesca» e de uma tentativa da empresa de «lavar a cara» perante as acusações de crime ambiental que os ecologistas e outras entidades têm vindo a fazer.
«Com a construção das duas barragens hidroeléctricas no Rio Sabor e no Rio Tua (esta última ainda não adjudicada), dois rios de grande valor ecológico inseridos e geradores de ecossistemas riquíssimos e de uma riqueza paisagística ímpar, pela sua diversidade e especificidade, a EDP irá consumar dois dos mais graves crimes ambientais dos últimos anos que afectarão mortalmente a biodiversidade e erradicarão paisagens únicas da região transmontana que a natureza e o homem demoraram séculos a desenhar e que, estas sim, mereceriam classificação», refere o PEV, lembrando que, com esta proposta, a EDPvisa também, através do novo regime de de gestão das áreas protegidas, «passar a ter o controlo determinante em toda a área que ficaria abrangida por este Parque Natural».
Os ecologistas denunciam ainda que esta proposta visa «dar continuidade à campanha de branqueamento dos crimes ambientais da EDP», «uma campanha cujos custos elevadíssimos são pagos pelos portugueses que têm as tarifas eléctricas mais elevadas de toda a Europa».