No regresso da Grécia, Jerónimo de Sousa falou ao Avante!

«Sente-se um ambiente de insubmissão»

No regresso de uma visita de dois dias à Grécia, Jerónimo de Sousa falou ao Avante! da intensa luta que os trabalhadores e o povo travam nesse país contra a violenta ofensiva contra salários e direitos actualmente em curso.

 

A ofensiva contra os salários tem objectivos semelhantes nos dois países

Como o Avante! noticiou na sua última edição, o PCP aceitou o convite do Partido Comunista da Grécia e enviou uma delegação àquele país para uma visita de dois dias (6 e 7 de Julho). A delegação do PCP era composta por Jerónimo de Sousa, Jorge Cordeiro e Manuela Bernardino.

Apesar da curta estadia, o programa de trabalhos foi bastante intenso, com os dirigentes do PCP a desdobrarem-se por diversas iniciativas, encontros e reuniões. Destaque para o encontro com a delegação do Partido Comunista da Grécia, presidida pela secretária-geral Aleka Papariga, com a Secção Internacional e com quadros da PAME (Frente Militante de Trabalhadores), central sindical de classe grega. Jerónimo de Sousa teve ainda oportunidade de participar num debate com quadros e militantes de Atenas do PCG.

Nas várias iniciativas, os dois partidos trocaram impressões sobre a crise do capitalismo e abordaram diversos aspectos sobre a situação social e política dos dois países. Como afirmou Jerónimo de Sousa ao Avante!, os traços gerais da ofensiva levada a cabo nos dois países são semelhantes nos seus conteúdos e objectivos, nomeadamente no que respeita ao roubo dos salários e pensões dos trabalhadores. A grande diferença, pelo menos por enquanto, está no grau de violência das medidas aplicadas, sendo mais gravosas na Grécia.

Realçando que se sente, naquele país, um «ambiente geral de insubmissão», o Secretário-geral do PCP realçou que o Partido Comunista da Grécia e a PAME estão «na linha da frente da luta e do seu desenvolvimento». Graças à sua acção, «muitos trabalhadores e organizações sindicais não filiadas na PAME têm participado nas lutas, nomeadamente nas greves gerais», afirmou Jerónimo de Sousa, sublinhando que as próprias centrais sindicais maioritárias cujas direcções são influenciadas pelo PASOK (partido socialista, no governo) e pela própria direita têm sido arrastadas para posições mais combativas.

Para o dirigente do PCP, a luta que se trava naquele país será prolongada, «a exigir um grande fôlego» e a diversificação das formas de luta. Os comunistas gregos, transmitiu ao Avante!, comprometeram-se a prosseguir e intensificar a luta – quer a que se trava pelo socialismo quer o combate concreto por objectivos concretos.

Jerónimo de Sousa destacou ainda a forma fraternal como decorreu a visita, valorizando o facto de contribuir para o reforço das relações existentes entre os dois partidos.

 



Mais artigos de: PCP

Um verdadeiro escândalo

A divulgação, pela Associação Portuguesa de Bancos, de uma quebra de 40 por cento dos impostos pagos pelo sector em 2009 é, para o PCP, um «verdadeiro escândalo nacional».

Defender a soberania nacional

A posição do Tribunal Europeu de Justiça, que considerou «ilegais» os direitos do Estado português na Portugal Telecom, por via da chamada golden share, constitui, para o PCP, uma «inaceitável e grave tentativa de ingerência na soberania nacional por parte das...

«Para a luta não haverá férias»

No âmbito da campanha «Não ao PEC - Emprego, Produção e Justiça Social», Jerónimo de Sousa participou, sábado, num desfile na Guarda, «um distrito fustigado pelo desemprego e desertificação», e num comício em Tortosendo, na Covilhã, onde acusou PS e PSD pela «dramática situação a que o País chegou».

 

PCP debateu cultura

O PCP recebeu, segunda-feira, na Assembleia da República, vários agentes culturais para uma reunião pública sobre os cortes anunciados pela ministra da Cultura. Da reunião, realizada horas antes de ser conhecida a decisão do Governo de recuar nesta matéria, ressaltou a...

Intelectuais contra a resignação

Conforme o Avante! noticiou na semana passada, foi lançado o manifesto Por um novo rumo, intelectuais do Porto contra a resignação, num jantar promovido pelo Sector Intelectual do Porto do PCP, que contou com a presença de mais de uma centena de pessoas. O texto, que já reúne...

Portagens terão graves consequências

A Direcção da Organização Regional do Porto do PCP reagiu, no dia 9, ao acordo entre o PS e o PSD para levar por diante a introdução de portagens nas SCUT. Com esta convergência, acusam os comunistas, ficou «uma vez mais evidente a cumplicidade entre PS e PSD nas...

<i>Artigo 38º</i>

«O Estado assegura a liberdade e a independência dos órgãos de comunicação social perante o poder político e o poder económico.» in Constituição da República Portuguesa.   Livre, mas pouco   Que os órgãos de...

Correcção

O texto que o Avante! publicou na edição passada sobre as propostas do Partido na área fiscal contém duas incorrecções, ambas envolvendo o sentido de voto do CDS-PP (embora em nada altere o essencial, a oposição deste partido a essas propostas). Ao contrário...