Contra intromissões de Junqueiro
Forte condenação dos trabalhadores das autarquias e do STAL, expressa frente à secretaria de Estado da Administração Local (e, de novo, no dia seguinte, no Tagus Parque, em Oeiras), mereceram diversas intervenções recentes do Governo, através do secretário de Estado, José Junqueiro, para inviabilizar que as câmaras municipais aprovem medidas de opção gestionária (admitidas na lei), para limitar o direito de contratação colectiva e impor a adaptabilidade dos horários.
Vários episódios foram referidos pelo sindicato, que no dia 9 considerou a jornada de 8 de Julho como «mais um passo no combate contra a odiosa política de ataques aos trabalhadores e às populações em geral, em contraste com as benesses e a subserviência» do Governo «junto dos grandes interesses financeiros e do patronato»:
- o inspector-geral da IGAL publicou um comunicado em que qualifica a opção gestionária como acto temerário e a coloca ao nível do crime de peculato;
- um parecer da directora-geral da DGAL, homologado pelo secretário de Estado, procurando tornar ilegal qualquer decisão naquela matéria;
- a chantagem do secretário de Estado para que a CM de Oeiras recuasse, em 24 horas, no acordo alcançado dia 5 com o STAL sobre a exclusão da adaptabilidade dos horários de trabalho.
Para o sindicato, estas atitudes e a falta de resposta do Governo a problemas e propostas de soluções, são «razões acrescidas numa luta de todos», que «cresce e vai continuar», ainda durante o Verão e em Setembro, contribuindo para «uma forte mobilização dos trabalhadores de todos os sectores de actividade».