- Nº 1907 (2010/06/17)
Funcionários espanhóis

Greve com forte adesão

Europa

Dos cerca de 2,5 milhões de funcionários públicos abrangidos pela convocatória de greve, no dia 8, cerca de 75 por cento aderiram ao protesto – o primeiro desde há 14 anos na administração pública de Espanha.

Nas várias regiões do país realizaram-se mais de 60 manifestações que juntaram muitos milhares de trabalhadores contra o pacote anti-social que pretende impor uma redução média de cinco por cento dos salários, seguido de um congelamento das remunerações no próximo ano.

O arsenal de restrições anunciadas em Maio pelo governo «socialista» inclui ainda o congelamento das pensões, a subida do IVA e cortes orçamentais a eito, com o objectivo declarado de «economizar» 50 mil milhões de euros até 2013, reduzindo assim o défice público dos actuais 11,2 por cento para os almejados três por cento.

Como complemento desta ofensiva, o executivo espanhol quer levar por diante uma reforma do mercado de trabalho que liberaliza os despedimentos, reduzindo para menos de metade o montante das indemnizações.

As duas maiores centrais sindicais, Comisiones Obreras e UGT, ameaçam convocar uma greve geral caso o governo aprove unilateralmente a reforma. Nas ruas, milhares de trabalhadores exigiram a demissão da equipa de Zapatero, que conta com um apoio minoritário no parlamento.