Os comunistas da Marinha Grande, em conjunto com os seus vereadores eleitos na Câmara Municipal, deram conta, em conferência de imprensa realizada no passado dia 31 de Maio, do «roubo praticado pelo executivo camarário» contra «as populações do concelho» e enumeraram meia dúzia de pontos-chave que ilustram a prática danosa do PS que passa, entre outros, por aumentos brutais nas taxas municipais, a chegarem aos 3500 por cento.
Os aumentos demonstram claramente o «verdadeiro escândalo» que, a coberto da obrigatoriedade legal de realizar estudos económicos para fundamentação das taxas, começou a ser posto em prática nas «taxas dos mercados e feiras» (entre 285 e 2800 por cento), na «concessão de terrenos para sepulturas perpétuas (entre 300 e mil euros), na «ocupação temporária de ossários» (1500 por cento), nas «imunações» (entre 1000 e cerca de 2300 por cento), na «licença de venda ambulante» (cerca de 400 por cento), na «plantação de espécies de crescimento rápido» (aumento médio de 380 por cento), de «certidões de destaque» (aumento de 3200 por cento), nas «emissões de alvarás de operações urbanísticas (entre 340 por cento e cerca de 3500 por cento) e nas «vistorias» (entre 300 e 1800 por cento».
«Estamos perante um abuso inaceitável, em que não se passou de oito a 80, mas de oito a 800, numa manifestação de total desprezo pela população do nosso concelho, com especial significado na situação dramática em que se encontra a maior parte das nossas famílias e empresas», denunciaram Filipe Andrade, da Comissão Concelhia do PCP, Alberto Cascalho, Alexandra Dengucho e Vítor Pereira, vereadores na autarquia.
Na mesma linha de «insensibilidade e desrespeito» está a não aplicação da opção gestionária a cerca de uma dúzia de trabalhadores do município, quando, em 2009, a Câmara de gestão CDU aplicou essa medida, respeitando assim os direitos de cerca de uma centena de trabalhadores.
Comportamento errático e inadmissível
Os comunistas e os eleitos do PCP na Câmara da Marinha Grande consideraram ainda ser «inadmissível» que se tomem e anunciem medidas de abandono de projectos que estavam candidatados e com financiamentos aprovados pelo QREN, «cuja concretização não só constitui reivindicações antigas de munícipes e autarcas como são fundamentais para a promoção do desenvolvimento».
«Sendo certo que as infraestruturas, tanto relativas a acessibilidades como a espaços de localização empresarial, são estratégicas para a atracção de investimentos que permitam a criação de postos de trabalho e o aumento da riqueza produzida no concelho, não pode o PS deixar de ser responsabilizado caso venham a ser desperdiçadas as actuais oportunidades criadas pelo QREN que, note-se, aumentou a comparticipação comunitária para 80 por cento», referem os eleitos e os comunistas, recordando: «São condições que não voltarão a repetir-se e que permitem efectuar, no conjunto das candidaturas aprovadas, investimentos de cerca de 20 milhões de euros, com um esforço municipal inferior ao que estava previsto».