Contra a falsificação da História
No quadro das comemorações do 65.º aniversário da Vitória sobre o nazi-fascismo, o Partido Comunista da Federação Russa (PCFR) organizou em Moscovo, nos passados dias 24 e 25 de Maio, uma Conferência Científica Internacional intitulada «Para a verdade histórica e a representação veraz da Época».
A iniciativa, prevista inicialmente para o mês de Abril mas adiada devido às perturbações causadas pela nuvem de cinzas vulcânicas durante as últimas semanas, contou com a presença de cerca de meia centena de dirigentes políticos, historiadores e investigadores sociais em representação de 22 partidos comunistas e de esquerda e diversas organizações internacionais, como o Conselho Mundial da Paz, a Federação Democrática Internacional das Mulheres e a Federação Internacional de Resistentes Anti-fascistas.
Os participantes expressaram a preocupação comum em contrariar a vasta campanha política e ideológica em curso de falsificação da história e branqueamento dos crimes do fascismo e salientaram o papel crucial desempenhado pelos comunistas, o movimento da Resistência e a União Soviética na derrota do nazi-fascismo, na mais cruel e sangrenta guerra da História.
Enfatizando a necessidade de uma abordagem científica do carácter da II Guerra Mundial e das raízes e contexto histórico que impulsionaram a emergência dos fascismos e, em particular, do nazi-fascismo alemão, a generalidade dos conferencistas alertou para as perigosas consequências colocadas pela actual crise económica mundial do capitalismo, incluindo no plano das severas ameaças à paz mundial.
A contribuição do PCP, representado em Moscovo por Luís Carapinha, da Secção Internacional, sublinhou que numa altura «em que o anticomunismo se torna a converter em arma de arremesso das classes dominantes (…), a preservação da memória, a reposição da verdade histórica e o aprofundamento do seu conhecimento assumem fundamental importância».
Recordando que a «ascensão das forças políticas e líderes fascistas foi promovida e financiada pelo grande capital monopolista como um instrumento terrorista de alienação das massas e combate contra os direitos dos trabalhadores e a luta dos povos, contra os comunistas e a perspectiva revolucionária de transformações socialistas, então encabeçada pela experiência em curso na URSS», a intervenção concluiu ressaltando que «a história ensina-nos (…) que é indispensável ter confiança na luta dos trabalhadores, das massas e dos povos (…) justamente, a confiança e determinação reveladas na grande vitória do povo soviético na II Guerra Mundial, que nenhuma campanha de apagamento e falsificação da História poderá fazer esquecer».