O povo português luta contra o fascismo

O salazarismo era irmão de classe das ditaduras nazi-fascistas europeias. O PCP foi o único partido que lhe resistiu em Portugal dirigindo a luta popular e a unidade antifascista.

O regime fascista português foi instaurado em 1926, inspirando-se no fascismo de Mussolini e, depois, no nazismo de Hitler - partido único, organização corporativa do Estado, censura prévia, repressão do sindicalismo de classe, polícia política, legião e organização juvenil fascistas, repressão massiva, prisões, tortura, exploração extrema da força de trabalho e promoção da concentração monopolista, opressão colonial.

O campo de concentração do Tarrafal, aberto em 1936, seguia o modelo nazi e para lá foram os deportados os operários vidreiros revoltosos da Marinha Grande (1934) e os marinheiros insurrectos (1936). Destacados quadros comunistas, entre os quais o então secretário-geral do PCP, Bento Gonçalves, foram enviados para o campo da morte lenta.

Na década de 30, Salazar ajudou os franquistas na guerra civil de Espanha, apoiou todas as cedências das potências capitalistas e a caminhada hitleriana para a guerra. Quando a Alemanha invadiu a Polónia, a 1 de Setembro de 1939, os salazaristas apelaram aos seus correligionários para que se considerassem mobilizados

A coberto da proclamada «neutralidade», o fascismo português escondia um efectivo apoio às campanhas nazi-fascistas. A imprensa e a rádio faziam intensa propaganda hitleriana. Portugal forneceu à Alemanha produtos alimentares, tecidos, volfrâmio, tudo o que interessava a Hitler, enquanto o povo português passava fome e desesperava nas filas de abastecimento. No território nacional, os germânicos furavam o bloqueio e mantinham uma porta aberta para o Atlântico.

 

Resistência tenaz

 

Apesar do avanço do nazi-fascismo na Europa, o povo português nunca desistiu de lutar. Organizados pelo PCP, os antifascistas portugueses apoiam os republicanos espanhóis e denunciam a preparação da guerra. Desmascaram a falsa neutralidade de Salazar.

Às sucessivas vagas de prisões que debilitam o Partido e o movimento operário na década de 30, respondem os comunistas com a reorganização de 1940/41, na qual Álvaro Cunhal tem um papel determinante. O PCP implanta-se como um grande partido nacional, retoma as ligações ao movimento comunista internacional, edita imprensa regular, recruta entre a classe operária os seus quadros mais destacados, resiste e dirige a luta. Um surto grevista ocorre em 1942/43.

O Avante!, órgão central do PCP, é o único a informar livremente sobre o curso da guerra. Desenvolve-se e reforça-se a unidade antifascista. Em Janeiro de 1944 cria-se na clandestinidade o MUNAF (Movimento de Unidade Nacional Antifascista). Em Maio do mesmo ano têm lugar importantes lutas na zona de Lisboa.

As derrotas de Hitler sucedem-se. Salazar, apesar de continuar a esperar uma vitória nazi, manobra ante a pressão da Inglaterra. Primeiro cede-lhe a base dos Açores (Outubro de 1943) depois deixa de enviar volfrâmio para a Alemanha (Junho de 1944). Salazar cede ao «velho aliado» inglês visando a sobrevivência do regime.

Em Maio de 1945, com a vitória da coligação anti-nazi, dezenas de manifestações realizam-se em todo o país. Em Lisboa, os populares transportam as bandeiras dos EUA, da Grã-Bretanha e da França. Dada a repressão, a simbolizar a URSS surgem os paus sem bandeira. Todos percebem e saúdam os grandes vitoriosos da guerra. Exige-se democracia.

Os governo de Inglaterra e dos EUA salvam e «recuperam» Salazar. Portugal entrará pelas mãos destes na NATO, em 1949. Com as armas da NATO conduzirá guerras coloniais. Com o apoio político, económico e diplomático dos países da NATO, o fascismo durará mais 29 anos. Será a luta do povo português e a corajosa acção dos capitães a derrubá-lo em 25 de Abril de 1974.



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