Em greve por salários e direitos

Os trabalhadores da Seda Ibé­rica, em Paço de Arcos, iniciaram no dia 15, segunda-feira, uma greve de duas horas por turno, reclamando aumentos salariais mais elevados e que até estarão ao alcance da empresa, que nos últimos anos tem investido nas instalações e tem aumentado as vendas. A greve prolonga-se por toda a semana e, caso não haja uma resposta favorável da administração, vai alargar-se para todo o período de trabalho, na próxima segunda-feira.
Voltaram à greve, anteontem à tarde, os trabalhadores do Es­trela da Ama­dora e, em particular, do bingo do clube, anunciou o Sindicato da Hotelaria do Sul, lembrando que, a 6 e 7 de Março, os cerca de 50 funcionários tinham recorrido à forma suprema de luta, com adesão total. Lutam pelo pagamento dos salários e contra a falência do clube, que consideram fraudulenta.
Para 25 e 26 de Março, está convocada uma greve nacional no sector da vi­gi­lância pri­vada, contra a intransigência patronal na revisão do contrato colectivo (em fase de conciliação), por aumentos salariais justos e dignos (os patrões ficam-se por meio por cento, recusando pagar a retroactividade a Janeiro) e pela criação de categorias profissionais (como sucede com a nova categoria de vi­gi­lante ae­ro­por­tuário, criada legalmente mas que os representantes patronais recusam inscrever no contrato) - como explica o STAD/CGTP-IN. O sindicato convocou para ontem à tarde um plenário, em Lisboa, de trabalhadores vigilantes operadores de valores e outros, das empresas Esegur e Pro­segur. Para hoje está marcada uma terceira reunião, no Ministério do Trabalho, notando o sindicato que o patronato só alterou a sua proposta, que era de 0,2 por cento, devido à convocação da paralisação.
Os sindicatos da Fiequimetal/CGTP-IN receberam mandato para recorrer a formas de luta, incluindo a greve, caso a administração da Galp Energia continue a não responder positivamente às reivindicações. Para tomar uma decisão sobre o uso deste mandato, conferido em plenários que tiveram grande participação, na primeira semana de Março, a comissão sindical negociadora volta a reunir após a reunião negocial marcada para amanhã. Anteontem, teve lugar uma concentração de representantes dos trabalhadores de empresas do grupo (Pe­trogal, Gás de Por­tugal e outras), junto ao edifício da administração, em Lisboa, em protesto contra o impasse das negociações das convenções colectivas e em defesa de aumentos salariais, bem como de uma justa repartição dos resultados produzidos pelos trabalhadores - como se referia num comunicado sindical aos trabalhadores. A 9 de Março, a administração propôs 1,2 por cento, para os salários até dois mil euros, e um por cento para os restantes. A indignação dos trabalhadores é ainda mais justificada pelos elevados lu­cros do grupo, que foram de 213 mi­lhões de euros, em 2009, so­mando 2135 mi­lhões, no acu­mu­lado dos úl­timos cinco anos.


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Não podem ser sempre os mesmos a pagar

O PCP dedicou o dia de anteontem à denúncia do conteúdo profundamente antipopular do Programa de Estabilidade e Crescimento do Governo, em centenas de acções de contacto com os trabalhadores e o povo – precisamente os que sofrerão com as suas medidas. Para os comunistas, só a luta pode travar esta ofensiva.

Lutar nas ruas e nas empresas

Uma manifestação com mais de duas mil pessoas, em Braga, e uma concentração de trabalhadores da metalurgia, no Porto, a par de paralisações e outros actos de protesto, noutras regiões, marcaram o calendário das lutas na semana passada. Amanhã, realiza-se um plenário de rua, em Setúbal, e um desfile em Tomar. Contra a precariedade, por mais emprego, salários e direitos, a luta continua a ser a opção mais segura, como defende a CGTP-IN, na acção nacional descentralizada que culmina dia 26, com a manifestação da juventude trabalhadora, em Lisboa.