UM PARTIDO MAIS FORTE

«O Partido reforça-se, reforçando a sua intervenção na dinamização da luta de massas»

A necessidade do reforço orgânico, interventivo e ideológico do Partido e o indispensável empenhamento do colectivo partidário na concretização das orientações constantes da acção «Avante! Por um PCP mais forte», foram preocupações marcantes da 9.ª Assembleia da Organização Regional do Porto (AORP) e das conclusões ali tiradas colectivamente.
Justíssimas preocupações se tivermos em conta, por um lado, a situação do País, os muitos e graves problemas sociais decorrentes da política de direita – e que, no Distrito do Porto, atingem dimensões preocupantes, como a 9.ª AORP amplamente demonstrou - e, por outro lado, o papel determinante do Partido no desenvolvimento decisivo da luta contra essa política e por uma política que, em vez de ter como beneficiário exclusivo o grande capital opressor e explorador, sirva os interesses dos trabalhadores, do povo e do País.
Assim, naturalmente, o reforço do Partido e o desenvolvimento da luta de massas figuram entre as tarefas essenciais definidas pela Assembleia.
«Precisamos de um Partido forte, enraizado junto dos trabalhadores e da população»: afirmou o camarada Jaime Toga, responsável pela Organização Regional do Porto, acentuando incisivamente que o reforço orgânico do Partido deve ser visto, «não como um fim em si mesmo, mas como um meio para melhor conseguir alargar a nossa acção, intervenção e influência política e social».
Na verdade, o Partido reforça-se, reforçando a sua intervenção na dinamização da luta de massas e para isso - e para incorporar nessa luta um conteúdo de futuro - «precisamos de militantes dedicados, esclarecidos e combativos».
E a forma como a Assembleia foi preparada - durante três meses, com cerca de uma centena de reuniões e debates preparatórios em que participaram mais de 1200 militantes, ao mesmo tempo que as organizações partidárias davam resposta às múltiplas tarefas que são exigidas ao colectivo partidário – é bem elucidativa das condições existentes para a Organização Regional do Porto levar por diante com êxito as orientações traçadas.

E bem necessário é que assim seja e que todo o colectivo partidário encare a tarefa de reforço do Partido como questão primordial que é.
Como sublinhou o camarada Jerónimo de Sousa, na intervenção de encerramento da Assembleia da ORP, «os tempos que aí vêm são de acção e de luta», e exigem «um Partido reforçado, com uma intervenção firme, determinada e diversificada», só possível na base da resposta necessária às «fortes exigências políticas, ideológicas, organizativas e de intervenção».
E esse reforço coloca a cada militante e organização as tarefas indispensáveis para que «o Partido cumpra o seu papel para com os trabalhadores, o povo e o País, na afirmação da sua natureza e identidade comunista, na concretização do seu projecto de democracia avançada e duma sociedade nova, a sociedade socialista».
Mais de três décadas de política de direita, aplicada sempre, alternadamente, pelos mesmos partidos conduziram o País à situação desastrosa em que se encontra.
E continuar essa política é o propósito da proposta de Orçamento do Estado para 2010. Um Orçamento que os três partidos da política de direita - PS, PSD e CDS/PP - se preparam para aprovar, no meio das habituais cegadas carnavalescas com as quais tentam esconder o facto, por demais evidente, de que a política contida neste Orçamento do Estado é a política que todos eles defendem, apoiam e praticam desde 1976.
Dizem fazê-lo, agora, em nome do «interesse nacional» - mas trata-se de um «interesse nacional» que outra coisa não é senão o interesse dos grandes grupos económicos e financeiros, de que esses três partidos são fieis e leais servidores.
Por tudo isso, a ruptura com a política de direita e a implementação de uma política de sentido oposto surgem cada vez mais, não apenas como necessidades prementes, mas como exigências que assumem tanto mais um carácter de urgência quanto a degradação da situação do País assume, em todos os aspectos, contornos e dimensões dramáticas.

É na luta de massas que está o caminho para superar a actual situação e iniciar a resolução dos problemas criados por três décadas de política de direita e agravados, todos eles, pelo actual Governo PS/José Sócrates.
Sabemo-lo nós, comunistas; sabem-no os trabalhadores e as suas estruturas representativas de classe; sabem-no todos os que são vítimas directas das consequências dessa política.
Sabem-no, também, os executores da política de direita e os seus mandantes, os senhores do grande capital – os quais, usando e abusando das leis por eles congeminadas, em muitos casos agindo mesmo fora da lei, tudo fazem e a tudo recorrem para condicionar e impedir a acção organizada dos trabalhadores que a Lei Fundamental do País consagra inequivocamente: as perseguições, ameaças, chantagens, intimidações e represálias proliferam num número crescente de empresas, ao mesmo tempo que, nos média do grande capital, os politólogos de serviço pregam o conformismo e a aceitação passiva da acentuação da exploração.
Em vão, como a realidade lhes mostra: as lutas desenvolvidas nas últimas semanas por todo o País, e as memoráveis manifestações dos enfermeiros e dos trabalhadores da Administração Pública – estes com uma greve já convocada para 4 de Março - confirmam a firmeza, a coragem e a forte disposição de luta dos trabalhadores.
E assim será com as lutas que se avizinham - designadamente a manifestação dos jovens trabalhadores em 26 de Março – que, como torrente impetuosa confluirão para um muito grande 1.º de Maio de luta e exigência do respeito pelos direitos de quem trabalha.