É COM O PCP QUE PODEM CONTAR!

«Reforçar o Partido é a questão essencial que se coloca ao colectivo partidário comunista»

Sublinhando a persistência do Governo Sócrates/PS no prosseguimento da política de direita e as consequências disso na vida da imensa maioria dos portugueses, o Comité Central do PCP, na sua importante reunião do passado fim-de-semana, aprovou um significativo conjunto de orientações, medidas e linhas de intervenção, visando a intensificação da luta contra essa política e pela defesa dos interesses dos trabalhadores, do povo e do País – sendo claro que a resposta à continuação da política de direita - política de classe ao serviço dos interesses exclusivos do grande capital – passa, inevitavelmente, pelo desenvolvimento e intensificação da luta da classe operária e de todos os trabalhadores, a partir dos locais de trabalho, das empresas, dos sectores profissionais.
No quadro da exigência de uma política de defesa da produção nacional, o CC apontou como objectivos da luta a defesa do emprego e do trabalho com direitos - com o combate à precariedade e a revogação das normas gravosas do Código de Trabalho e da legislação laboral da administração pública – um aumento não inferior a 25 euros das pensões de reforma mais baixas e a valorização dos salários em geral, e do salário mínimo nacional em particular, neste caso com o aumento para 475 euros a 1 de Janeiro.
Realçando a importância decisiva da luta de massas no combate à política do Governo e na conquista da ruptura e da mudança indispensáveis à resolução dos problemas existentes – e sublinhando a necessidade da sua intensificação e alargamento - o CC aponta como tarefa do colectivo partidário dar o seu imprescindível contributo nesse sentido. Ao mesmo tempo apela a todos os trabalhadores, à população, aos jovens, a todas as camadas atingidas pela política de direita, para que se unam e lutem em defesa dos seus legítimos direitos e interesses de classe.

O CC alerta para a necessidade da rejeição, por parte dos trabalhadores, da intensa ofensiva ideológica em curso - difundida pelo conjunto dos média dominantes, propriedade dos grandes grupos económicos e financeiros – e com a qual o grande capital e o Governo pretendem situar nos direitos dos trabalhadores, designadamente no direito ao trabalho com direitos, as responsabilidades pelo agravamento das dificuldades. E denuncia as crescentes situações de atropelo da democracia em muitas empresas, as violações de direitos consagrados, a criação de um ambiente repressivo, acompanhados pela pregação da resignação, do conformismo, da inutilidade da luta e de todo o arsenal argumentativo que outra coisa não visa senão criar condições para acentuar mais e mais a exploração, com o aumento dos lucros de uns poucos e o agravamento das condições de trabalho e de vida da imensa maioria.
Foi tendo em conta toda esta realidade que o CC apontou a importância decisiva do desenvolvimento da acção partidária, da criação de uma forte e dinâmica intervenção do Partido, sustentada no empenhamento de todas as organizações e militantes comunistas na batalha pela concretização das medidas de reforço do Partido definidas pelo XVIII Congresso e desenvolvidas e aprofundadas nesta sua reunião.
A implementação dessas medidas comporta exigências várias que vão desde a discussão aprofundada em cada organização sobre as formas de as levar à prática até à elaboração cuidada de planos de trabalho para o ano de 2010 –naturalmente sempre inseridos na intervenção geral do Partido.
Nessa perspectiva – e tendo sempre em conta essa questão básica que é o reforço da militância no quadro do trabalho colectivo e das características do nosso grande colectivo partidário - o reforço da organização e intervenção do Partido junto da classe operária e dos restantes trabalhadores nas empresas e locais de trabalho, constitui um objectivo crucial. Certamente um objectivo cuja concretização depara com muitos e grandes obstáculos – superáveis, no entanto, com a dedicação, a determinação e a consciência política e partidária dos militantes comunistas, aliás, como a experiência anterior tem vindo a demonstrar cabalmente.

Reforçar o Partido – orgânica, ideológica e interventivamente – apresenta-se, assim, como a questão essencial, a grande e primordial tarefa que se coloca ao colectivo partidário comunista. Um reforço para o êxito do qual é indispensável a estreita ligação do Partido às massas trabalhadoras e populares e a profunda identificação com os seus problemas, os seus anseios, as suas aspirações.
Nesse sentido, é da maior relevância a decisão tomada pelo Comité Central do Partido de levar à prática, no decorrer do primeiro trimestre do próximo ano, a realização de uma grande campanha nacional de contacto e esclarecimento dos trabalhadores e da população, enquadrada no combate ao desemprego e à precariedade e na defesa do trabalho com direitos e do aumento de salários.
Naturalmente, o êxito de tal campanha implica – para além de uma planificação cuidada e rigorosa - o envolvimento entusiástico, criativo, intenso, activo de todo o colectivo partidário, visto que só assim é possível fazer chegar o contacto e o esclarecimento onde é necessário que cheguem, atingindo o maior número possível de homens, mulheres e jovens vítimas das consequências da política de direita. Mostrando-lhes que, hoje como sempre, em todos os momentos e situações, sejam quais forem as condições existentes, nas horas boas e nas horas más, é com o PCP que podem contar – e demonstrando-lhes que esta é uma afirmação que nenhum outro partido nacional pode fazer.