Contra «escutas» e mistificações – votar CDU

Carlos Gonçalves
Até domingo estamos empenhados no combate das autárquicas. E há condições para encerrar este ciclo eleitoral atingindo de novo o mais essencial dos objectivos que traçámos – o crescimento da CDU e um novo revés da política de direita, que torne mais próxima a sua derrota efectiva - uma ruptura democrática e patriótica e um novo rumo para o País.
Nos períodos eleitorais, com origem nos partidos das políticas de direita e na direita dos interesses, são prolixas as mistificações que visam impedir ou, pelo menos, criar dificuldades a que os avanços na luta de massas se traduzam, justamente, em ganhos de consciência e apoio político e eleitoral ao PCP e à CDU.
Não chega este Avante! para pôr a nu as muitas pulhices do momento – intimidação e retaliação laboral e social, compra de votos, abuso dos meios do Estado e autarquias em proveito de alguns, financiamento ilegal e brutal de candidaturas em troca de negociatas, incumprimento de critérios de democraticidade no acto eleitoral, ocultação e distorção sistemática da mensagem da CDU e promoção desbragada de outros nos media dominantes, incontáveis «sondagens» de encomenda, promessas e aldrabices mirabolantes, provocações em crescendo e sofisticadas operações de contra-informação, bipolarização artificial, vitimização, e mistificação ideológica.
O folhetim das «escutas na Presidência da República», que veio pôr a claro a degenerescência de conteúdos e elementos funcionais de órgãos de soberania e instituições do aparelho de Estado, e as respectivas responsabilidades de PS e PSD, parece ter sido (?) encomendado para sustentação da tese da «asfixia democrática», de que tanto falou o PSD (a léguas da degradação efectiva do regime democrático, que se abate sobre os trabalhadores e o povo), mas veio antes a revelar-se um elemento determinante na mistificação da tese da «bipolarização» entre PS e PSD, da vitimização e dramatização do PS «em luta contra a direita».
É necessário estar atento aos próximos episódios, mas para o que agora importa, é avisado ter presente a velha máxima da investigação policial – a quem aproveitou o «crime»? - Foi obviamente ao PS.
E por isso «é preciso avisar toda a gente» – para que uma qualquer mistificação ou provocação não venha agora repor a mesma treta do «PS contra a direita». E para que ninguém esqueça, no domingo, que as políticas de direita de PS e PSD são «farinha do mesmo saco».


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