- Nº 1859 (2009/07/16)
CDU apresenta candidatos em Portalegre

Soluções para uma vida melhor!

Em Foco
Os candidatos da CDU pelo círculo eleitoral de Portalegre, apresentados dia 7 de Junho, têm soluções para uma vida melhor para a região e para o País.

A CDU apresentou, dia 7 de Junho, no Auditório Municipal da Igreja da Misericórdia (Conservatório Regional de Portalegre), os candidatos e mandatário da Coligação às Eleições Legislativas pelo círculo eleitoral de Portalegre. Uma acção que contou com a presença de João Oliveira, deputado do PCP na Assembleia da República e de José Catalino, membro da Comissão Política do Comité Central do PCP.
Na sessão pública, que contou com mais de uma centena de pessoas, Joaquim Lopes valorizou as «potencialidades» do distrito, nomeadamente na agricultura, «sempre desaproveitada e desprezada nos investimentos e na sua capacidade para gerar emprego, e criticou o PS pela «eterna promessa» da Barragem do Pisão, que agora, em tempo de eleições, «vai ser objecto de mais um compromisso», deixando «as nossas aldeias, vilas e cidades, cada vez mais pobres de gentes e meios».
O cabeça de lista da CDU lamentou, de igual forma, a redução de cinco (em meados da década de 70) para dois, os deputados eleitos pelo distrito de Portalegre, «o que demonstra bem a progressiva decadência fomentada pelas políticas destes 30 anos, da responsabilidade do PS, do PSD e do CDS-PP, em vários contextos, sempre no mesmo rumo de desprezo pelo interior do País».
No entanto, destacou, «a desertificação humana do distrito não é inevitável. Como também não é inevitável a não eleição de deputados da CDU pelo distrito de Portalegre, em substituição dos que nos últimos anos pouco ou nada têm feito em defesa dos nossos interesses».
«O distrito e os seus votos apenas têm servido de trampolim para carreiras pessoais noutros objectivos e ambições. E, após os actos eleitorais, mais ninguém vê ou ouve os que se auto titularam como nossos representantes», acusou, lembrando que o PCP é «a única voz distrital que apresenta propostas, reclamações, protestos, exigências em nome das populações, objecto e resultado de contactos, auscultações, audições e atenção aos problemas que aqui vivemos».
Referindo-se, mais concretamente, aos resultados da Política Agrícola Comum (PAC), Joaquim Lopes frisou que, no distrito, os 20 maiores proprietários receberam, no último ano, do Instituto de Financiamento da Agricultura e Pescas (IFAP) nove milhões de euros, uma média de 37 mil euros por mês para cada um.
«Se alargarmos esta contabilidade aos 50 maiores prioritários, foram-lhes pagos mais de 16 milhões de euros por ano, o que dividido por cada um, dá a módica e impressionante quantia de mais de 25 mil euros por mês», afirmou, acrescentando: «Enquanto isso vai acontecendo, para os mais de 5500 pequenos e médios agricultores os valores recebidos não deram sequer para cobrir as despesas da segurança social».

Encerramento de empresas

Relativamente à actividade industrial, Joaquim Lopes lamentou o encerramento da Fino's, da Johnson Controls, da Sociedade Corticeira Robinson, do Restaurante Quinta da Saúde, dos supermercados Novo Mundo, da Lactogal, em Avis, e do Golfe Club, em Castelo de Vide.
Com salários em atraso estão os trabalhadores da Robinson, em Portalegre, do Hotel de Alter do Chão, da Delphi e da Subercentro, em Ponte de Sôr. Por seu lado, a Dinaero, em Ponte Sor, está com despedimento parcial e ameaça de lay-off, e a fileira das rochas ornamentais, um sector fundamental do distrito, «está à beira do colapso, com as unidades de exploração de Elvas, Monforte e Arronches paralisadas e com enormes dificuldades das unidades de transformação sediadas em Niza». «O distrito viu aumentar o desemprego, atirando para a porta dos centros de emprego milhares de trabalhadores e para a emigração outros tantos», frisou.
Também no comércio «a crise parece não querer abrandar». «As grandes superfícies trouxeram um cenário de modernidade mas pouco têm contribuído para o desenvolvimento das indústrias a montante, porque importam a maior parte do que comercializam», referiu o candidato da CDU, que está ainda preocupado com a «fixação de população», que necessita de «uma nova política de juventude, que inclua a criação de emprego».

CDU defende

# Viabilizar e apoiar a produção agrícola nacional sem qualquer impedimento até à auto-suficiência agro-alimentar;
# Assegurar um nível de investimento no distrito que trave a saída dos jovens técnicos e que potencie de facto as especificidades desta região Norte Alentejana;
# Dinamizar e apoiar o associativismo ao nível das micro, pequenas e médias empresas;
# Defender uma política integrada para o turismo que aproveite também ela as nossas especificidades: património, artesanato, gastronomia, caça, pesca, festas populares, serra, sol, água;
# Mais investimento público para dinamizar a economia;
# Modernizar e electrificar a Linha do Leste, constantemente adiada, e uma maior aposta na ferrovia como forma de baixar, a médio e longo prazo, os custos de deslocação de pessoas e bens;
# Exigir uma política onde a cultura e o desporto sejam entendidos não como uma questão de entretenimento mas criadores de sinergias para um desenvolvimento sustentável;
# Dinamizar e mobilizar o movimento associativo popular que, apoiado nas suas características e valores, é uma escola de vida colectiva, cooperação, solidariedade e afirmação da identidade local, espaço de funcionamento democrático e de aprendizagem e exercício da democracia participativa;
# Defender uma política de saúde que acabe com o défice que há muito se vem verificando tanto no financiamento dos serviços como nos seus recursos humanos, bem patente na degradação do papel de proximidade exercido pelos 16 centros de saúde do distrito, passando estes a ser meros entrepostos de passagem de receituário aos doentes crónicos, bem como à transferência de doentes para os hospitais distritais;
# Potenciar uma política social que esteja atenta e dê combate à contínua desvalorização das reformas e pensões e aos baixos salários, a par do aumento dos bens de primeira necessidade (água, luz, transportes, medicamentos, alimentação, etc.) e promova a criação de mais infra-estruturas de apoio social, impedindo que esta camada social seja uma elevada percentagem do número de pessoas que vivem abaixo do limiar da pobreza.

Lista dos candidatos da CDU

Joaquim Manuel Nunes Lopes, 51 anos, engenheiro técnico agrário, adjunto da presidência da Câmara de Avis para o Desenvolvimento Rural, é membro da direcção da Confederação Nacional para a Agricultura e coordenador da CNA no Alentejo, da Concelhia de Ponte de Sor e da DORPOR e da Direcção Regional do Alentejo do PCP, e membro fundador da Comissão de Utentes dos Serviços Públicos de Montargil.
Foi professor do ensino secundário em Ponte de Sor e do ensino profissional na Escola Profissional Agrícola de Montargil, dirigente do Sindicato dos Professores da Zona Sul e vereador, em dois mandatos, na Câmara de Ponte de Sor.

Maria Fernanda Serineu Bacalhau, 48 anos, funcionária administrativa, eleita pela CDU na Assembleia de Freguesia da Sé desde 1994, é membro da Comissão Concelhia de Portalegre do PCP, do Grupo Folclórico e Cantares da Boavista e do Grupo de Cantares de Portalegre «O Semeador», o qual fundou. Foi ainda membro do Executivo da Junta de Freguesia da Sé e da Comissão de Protecção de Crianças e Jovens.

Esmeralda da Cruz Carrilho de Almeida, 47 anos, licenciada em medicina veterinária, com pós graduação em qualidade alimentar e em Ordenamento do Território e Planeamento Ambiental, é membro da Concelhia de Niza e da DORPOR do PCP, presidente da «TERRA» (Associação para o Desenvolvimento Rural de Niza) e delegada sindical de Portalegre do Sindicato Nacional dos Médicos Veterinários. Foi eleita pela CDU em vários mandatos nos órgãos autárquicos do concelho de Niza, tendo sido vereadora no mandato de 1989/93.

António José Lopes Carreiras, 59 anos, funcionário da Administração Local, é dirigente do Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Administração Local e coordenador da Direcção Regional de Portalegre. É ainda eleito pela CDU na Assembleia de Freguesia de Aldeia Velha e membro da Comissão Concelhia de Avis e da DORPOR do PCP.

Mandatário da CDU

António José Faria de Paula Campos, licenciado em medicina, fez serviço médico à periferia em Campo Maior em 1978, foi delegado de saúde e director do Centro de Saúde de Avis e do concelho de Ponte Sor. É delegado de saúde no concelho de Campo Maior desde 2007, delegado sindical da Federação Nacional do Médicos, presidente da Assembleia Municipal de Avis e candidato, pela CDU, à presidência da Câmara de Campo Maior.