Ameaça ou chalaça
A anunciada intenção proclamada por Manuela Ferreira Leite de o PSD vir a «mudar tudo» tem que se lhe diga. Arredada a cortina que a grandiloquência da expressão deixaria antever, o que fica à vista dificilmente será para levar a sério. Para quem, na primeira impressão, se levar induzido pela ideia de que ali se esconde algo de ameaçador, melhor ponderação os levará a concluir que mais chalaça será, do que ameaça.
Desde logo porque não se vê como possa concretizar tão ousada intenção. Conhecida que é a inteira identificação de políticas entre o actual Governo e o PSD, mais a sério se tomaria qualquer expressão do tipo «vamos ver se conseguimos mudar qualquer coisinha». Os exageros têm destes inconvenientes, quanto mais neles se carrega menos a sério são para levar. Ainda que sabendo, e o PSD sabe-o bem, que onde não há (neste caso, diferenças de monta nos conteúdos da política) deve-se inventar. Pelo que perante tão grande identidade de objectivos e tão grande dificuldade de catar diferenças, - evidenciada, aliás, no penoso percurso que nestes últimos quatro anos o PSD teve de fazer de candeia na mão para não pisar o parceiro da política de direita - melhor se compreenda o esforço para encontrar no vozear e no ilusório a compensação necessária.
Depois porque olhando para a acção recente e mais fresca das malfeitorias de uns e para os desmandos, um pouco mais distantes mas não esquecidos, de outros, facilmente se conclui que o dilema a que Ferreira Leite reduziu a escolha dos portugueses – «se querem Sócrates no poder ou confiá-lo ao PSD» – mais do que fraco, é uma falsa opção. Por mais fantasiosas dramatizações que se encenem, por mais esforçadas operações de bipolarização que se construam ou por mais arquitectadas manobras para devolver ao PSD a credibilidade política e eleitoral perdida, a verdade é que a única e verdadeira opção não reside entre PS e PSD e entre mais política de direita pela mão de um ou de outro, mas sim na ruptura com essa política. Aos que agigantam clivagens acessórias e disputas eleitorais destinadas a salvaguardar a política de direita e a confiscar a possibilidade de construir um outro rumo para o País, há que lhes dizer que a única e verdadeira ameaça ao futuro do País e às condições de vida e aos direitos dos portugueses está na política de direita. E que a real opção para romper com ela reside no reforço eleitoral da CDU.
Desde logo porque não se vê como possa concretizar tão ousada intenção. Conhecida que é a inteira identificação de políticas entre o actual Governo e o PSD, mais a sério se tomaria qualquer expressão do tipo «vamos ver se conseguimos mudar qualquer coisinha». Os exageros têm destes inconvenientes, quanto mais neles se carrega menos a sério são para levar. Ainda que sabendo, e o PSD sabe-o bem, que onde não há (neste caso, diferenças de monta nos conteúdos da política) deve-se inventar. Pelo que perante tão grande identidade de objectivos e tão grande dificuldade de catar diferenças, - evidenciada, aliás, no penoso percurso que nestes últimos quatro anos o PSD teve de fazer de candeia na mão para não pisar o parceiro da política de direita - melhor se compreenda o esforço para encontrar no vozear e no ilusório a compensação necessária.
Depois porque olhando para a acção recente e mais fresca das malfeitorias de uns e para os desmandos, um pouco mais distantes mas não esquecidos, de outros, facilmente se conclui que o dilema a que Ferreira Leite reduziu a escolha dos portugueses – «se querem Sócrates no poder ou confiá-lo ao PSD» – mais do que fraco, é uma falsa opção. Por mais fantasiosas dramatizações que se encenem, por mais esforçadas operações de bipolarização que se construam ou por mais arquitectadas manobras para devolver ao PSD a credibilidade política e eleitoral perdida, a verdade é que a única e verdadeira opção não reside entre PS e PSD e entre mais política de direita pela mão de um ou de outro, mas sim na ruptura com essa política. Aos que agigantam clivagens acessórias e disputas eleitorais destinadas a salvaguardar a política de direita e a confiscar a possibilidade de construir um outro rumo para o País, há que lhes dizer que a única e verdadeira ameaça ao futuro do País e às condições de vida e aos direitos dos portugueses está na política de direita. E que a real opção para romper com ela reside no reforço eleitoral da CDU.