Depois de ter anunciado a extinção de 5700 postos de trabalho na Europa, o fabricante norte-americano de computadores procura agora reduzir os salários dos trabalhadores. Segundo os sindicatos franceses, a «medida» começou por ser limitada aos quadros dirigentes, que, um por um, foram consultados sobre a diminuição de cinco por cento da sua remuneração bruta. Entretanto, a administração passou à segunda fase do «plano» que visa uma redução de 2,5 por cento do salário do restante pessoal.
Justificando-se, a multinacional alega que todas as reduções salariais são feitas de comum acordo com o trabalhador. Na carta enviada em Abril aos quadros, a administração ressalvava que, «caso decline esta proposta, a nossa empresa não tenciona proceder ao vosso despedimento por motivos económicos».
A HP não divulga o número de trabalhadores que já aceitaram a redução salarial, mas os sindicatos afirmam que entre 95 a 97 por cento do pessoal em França irá recusar a proposta. Evocando o «difícil contexto económico», a empresa tem adoptado medidas semelhantes nos EUA, na América Latina e na Ásia, apesar de no último trimestre ter registado lucros na ordem dos 1,7 mil milhões de dólares.