
- Nº 1849 (2009/05/7)
Jerónimo de Sousa em Bragança e Vila Real
Valorizar o mundo rural
Nacional
O Secretário-geral do PCP esteve, domingo, no Norte do País a participar em acções da CDU. Depois de almoçar em Bragança rumou ao distrito de Vila Real, onde conviveu com agricultores e compartes de baldios.
Recebido por mais de trezentos agricultores e compartes de baldios na cidadelha de Aguiar, Jerónimo de Sousa saudou a população daquela povoação que, garantiu, é «uma referência na boa gestão dos terrenos baldios no País». Desde cedo optou-se, ali, «pela forma de gestão autónoma e democrática dos baldios» e construiu-se uma «notável obra económica, social e cultural», de que o centro social dos compartes, onde se realizou a iniciativa, é um excelente exemplo.
O Secretário-geral do PCP estava acompanhado por Manuel Rodrigues, candidato da CDU ao Parlamento Europeu, Manuel Cunha, da direcção regional do Partido e por Manuela Cunha, do Partido Ecologista «Os Verdes».
Para Jerónimo de Sousa, a par da liberdade, os baldios «significaram para os povos serranos uma das maiores conquistas de Abril». E, lembrou, a sua devolução aos seus legítimos donos foi uma posição sempre defendida e apoiada pelo PCP, quer antes quer depois do 25 de Abril. O Secretário-geral do PCP salientou também a situação actual, marcada por uma grande «desvalorização do mundo rural», que resulta, em sua opinião, de um «conjunto de opções politicas concretas, mas onde as políticas agrícolas têm um papel central».
A balança de produtos agro-alimentares, sendo tradicionalmente deficitária, tem vindo a piorar, destacou, estando o País cada vez mais dependente. Os saldos negativos ascendiam, em finais de 2008, a 4 mil milhões de euros. Entre 2004 e 2007, acrescentou, «as nossas produções de trigo, de milho, de centeio, de feijão, de batata, de azeite, entre outras continuaram a recuar de forma preocupante».
A região de Trás-os-Montes e Alto Douro, acusou o dirigente comunista, «atravessa uma grave e profunda crise no sector agro-rural». Em consequência «não da recente crise internacional, mas das erradas politicas nacionais e comunitárias». Aumentam constantemente os preços das rações, adubos, pesticidas e gasóleo e os rendimentos dos agricultores sofrem quebras acentuadas sem que o Governo intervenha, denunciou Jerónimo de Sousa.
Na sua intervenção, Manuel Cunha realçou que a CDU «acredita que é possível relançar a viabilidade da região». Para isto, garante, há que aproveitar as suas características e transformá-las «em vantagens para um desenvolvimento sustentado».
A CDU propõe a defesa da agricultura familiar e de montanha, «que é também a defesa da produção e da soberania alimentar da região e do País», sustentou. A defesa da região demarcada do Douro e dos mais de 35 mil pequenos e médios vitivinicultores é outra das propostas da coligação enunciada pelo dirigente regional do Partido. O reforço da rede de cuidados de saúde, a instalação na região de um ensino superior de âmbito universitário e politécnico e a recuperação das linhas ferroviárias são outras das medidas necessárias para desenvolver a região pelas quais a CDU se bate e continuará a bater-se.