- Nº 1847 (2009/04/23)

Lembrar Agostinho Saboga

PCP

Foram muitos os militantes comunistas que, durante a longa noite fascista de quase meio século, dedicaram as suas vidas à luta pela liberdade e pela democracia. Agostinho Saboga, cujo centenário de nascimento se assinalou este ano, foi um destes revolucionários. A Comissão Concelhia da Figueira da Foz do PCP, de onde era natural, homenageou-o recentemente, numa sessão que contou com a presença de José Casanova, membro do Comité Central e director do Avante!.
José Casanova, que conheceu Agostinho Saboga na prisão de Peniche, enalteceu a firmeza e coragem deste militante, que por três vezes conheceu a prisão e, submetido às mais violentas torturas, não falou, vencendo todos os confrontos directos que travou com a PIDE.
O director do Avante! lembrou, em seguida, o percurso de vida de Agostinho Saboga, nascido na Figueira da Foz, em 1909, e operário vidreiro desde muito novo, ainda criança. Nas várias tarefas que desempenhou como funcionário do Partido, Agostinho Saboga esteve instalado em vários locais do País, tendo ao seu lado a sua companheira, Lucinda. Entretanto, participou nos dois primeiros congressos ilegais do Partido (o III, em 1943, e o IV, em 1946).
Entre 1946 e 1947, Agostinho e Lucinda Saboga instalam-se em Coimbra, mas têm que abandonar a casa onde habitavam, que tinha sido entretanto detectada pela PIDE. Em 1948, são capturados na sua casa de Soure.
Entre 1957 e 1958, Agostinho Saboga e Lucinda estão em Matosinhos, mais precisamente em São Mamede de Infesta, numa casa onde funcionava uma tipografia clandestina. A ligação partidária era, então, assegurada por Sofia Ferreira. Das mãos dedicadas do casal saem jornais e folhetos que iluminam a negra noite fascista.
Em 1958, sofre a sua terceira (fora também preso em 1953) e última prisão. É julgado pela primeira vez e condenado a cinco anos e sete meses de prisão e medidas de segurança. Morreu em 1971, tendo passado 14 anos na prisão.