DETERMINAÇÃO E CONFIANÇA

«É assim, lutando, que comemoramos o 88º aniversário do Partido»

Tempo de aniversário do Partido é, sempre, tempo de comemoração. E porque o que se comemora é uma vida de luta como não existe outra no quadro partidário nacional, também de luta é feita essa comemoração.
Aliás, razões para lutar não faltam – e tantas são no momento actual que elas colocam ao colectivo partidário um vasto e pesado conjunto de exigências.
No sábado passado realizou-se o Encontro Nacional do PCP sobre as Eleições de 2009 – momento de debate colectivo sobre o ciclo eleitoral que temos pela frente mas onde outras relevantes linhas de acção estiveram presentes nas intervenções dos participantes.
Em matéria eleitoral, tratou-se de definir caminhos para atingir o importante objectivo de fortalecer a influência da CDU nos três actos eleitorais que aí vêm – sabendo que, para isso, é indispensável a mobilização do máximo dos esforços e das capacidades dos militantes comunistas.
Estamos perante um ciclo eleitoral que, como acentuou o secretário-geral do Partido, deve ser visto como um todo na conjugação das dinâmicas nacional, regional e local, e no qual a mais importante batalha, dadas as influências que tem nas que se lhe seguem, é sempre aquela que temos pela frente. Por isso a importância da batalha para o Parlamento Europeu foi particularmente destacada nas diversas intervenções produzidas – intervenções que, pelo seu conteúdo e pela forma como foram recebidas pelas centenas de participantes, evidenciaram a grande confiança que percorre o colectivo partidário. Uma confiança que decorre da consciência das forças e capacidades de que dispomos e da firme determinação de as utilizarmos, neste caso integrando esse plural e amplo espaço de unidade democrática que é a CDU.

É com igual determinação e confiança que o colectivo partidário encara a possibilidade real de, com a luta e com o voto dos trabalhadores e do povo, abrir caminho rumo a uma nova política que sirva os interesses de Portugal e dos portugueses - confiança em que o tempo que vivemos nos pertence, porque é tempo de lutar, de votar, de mudar, como assinalou o camarada Jerónimo de Sousa.
Nesse sentido, nunca é demais insistir na ideia, sublinhada na generalidade das intervenções produzidas no Encontro Nacional, de que a preparação da jornada de luta convocada pela CGTP-IN para o próximo dia 13 de Março constitui tarefa prioritária para todos os militantes comunistas.
Como a realidade mostra, a luta de massas é o factor decisivo para a necessária mudança de rumo que passa pela ruptura com a política de direita e pela conquista de uma alternativa que inicie a resolução dos graves problemas que flagelam o País e o povo.
Vimos e ouvimos José Sócrates, no meio do alarido das fanfarras mediáticas, ridicularizar-se proclamando o «eu ou o caos» e apresentando como «solução» para os problemas do País o prosseguimento da política de direita que conduziu o País à situação caótica em que se encontra…
E é necessário que, através da luta, não permitamos que tal aconteça.

Estamos, então, em tempo de comemorações de mais um aniversário do Partido, comemorações que terão um ponto alto amanhã, na Voz do Operário, no comício com a participação do secretário-geral do Partido e a que se seguirão centenas de outras - convívios, almoços, debates - a realizar por todo o País. Iniciativas que, precisamente porque são de parabéns ao Partido, são momentos de luta pelos objectivos apontados pelo Partido.
E é assim, lutando, que comemoramos 88 anos de vida e de luta do PCP – uma vida e uma luta iniciadas no longínquo dia 6 de Março de 1921, data da fundação do Partido e ponto de partida para uma longa, difícil e muitas vezes heróica caminhada na qual os militantes comunistas de hoje se revêem com legítimo orgulho.
Caminhada histórica que faz do PCP, numa primeira fase, o partido da resistência antifascista, da luta pela liberdade, pela democracia e pela justiça social. Assumindo frontalmente as consequências de tal postura: as perseguições, as prisões, as torturas, a brutalidade do fascismo; sabendo encontrar em cada momento os caminhos e as soluções adequadas; afirmando-se inequivocamente como partido da classe operária e de todos os trabalhadores, como partido patriótico e internacionalista - e construindo-se como partido comunista, revolucionário, marxista-leninista, num processo exaltante cujo primeiro importante passo é dado com a Conferência de Abril de 1929, a que se seguem, depois, os decisivos passos em frente com a reorganização de 1940/41 e com os III e IV congressos, que viriam a ter continuidade plena no Programa para a Revolução Democrática e Nacional - Rumo à Vitória que viria a concretizar-se no 25 de Abril e nos cerca de dois anos subsequentes.
Aí, o PCP afirmou-se como o partido de Abril e das suas conquistas revolucionárias, como construtor determinante do regime democrático que viria a ser consagrado na Constituição da República Portuguesa aprovada em 2 de Abril de 1976, institucionalizando a democracia avançada de Abril, conquista maior da Revolução Portuguesa.
E de então para cá, o PCP foi – é – o partido da resistência à ofensiva contra-revolucionária que há quase 33 anos flagela os trabalhadores, o povo e o País; o interveniente activo na luta de todos os dias contra a política de direita e por um novo rumo para Portugal – e em todo este tempo, desde 6 de Março de 1921 até hoje, tendo sempre presente, em todas as etapas da luta, o objectivo supremo da construção de uma sociedade liberta de todas as formas de opressão e de exploração: a sociedade socialista e comunista.