
- Nº 1836 (2009/02/5)
Defender o emprego e a Euronadel
Resistir e lutar
Trabalhadores
Anteontem, no Ministério da Economia, quase uma semana depois do anúncio do encerramento da Euronadel, ainda não havia informação...
«Naturalmente, informámos os senhores assessores», desabafou ao nosso jornal um dirigente do Sindicato dos Metalúrgicos de Lisboa. Durante a reunião, os trabalhadores da fábrica de Cascais do grupo alemão Groz-Beckert mantiveram-se concentrados no Largo de Camões, tal como haviam decidido na quinta-feira, em plenário. A 28 de Janeiro, a empresa tinha anunciado que a casa-mãe decidira iniciar o despedimento colectivo dos 182 trabalhadores, alegando dificuldades criadas pela retracção na procura de agulhas para a indústria têxtil, devido à crise internacional, e iria encerrar esta unidade.
Para o Sindicato dos Metalúrgicos, a «dispensa imediata» da maioria do pessoal é uma violação do direito à ocupação do posto de trabalho e uma tentativa de limitar a participação no processo de despedimento colectivo. A multinacional, recorda o sindicato, da CGTP-IN, tem vindo há anos a deslocalizar a produção para outras unidades, mas o Governo não está isento de responsabilidades neste caso, para o qual foi diversas vezes alertado pelos representantes dos trabalhadores.
O sindicato salienta que o repúdio pela atitude da empresa foi reafirmado no plenário e a determinação de agir em defesa dos postos de trabalho e do futuro da Euronadel, como parte do aparelho produtivo nacional, ficou expressa na decisão unânime de realizar a acção de terça-feira, junto ao Ministério de Manuel Pinho, e na disponibilidade para outras iniciativas.
A empresa é acusada de aproveitar a situação para fazer chantagem sobre os trabalhadores, ao ameaçar não atribuir uma compensação adicional a qualquer trabalhador que venha a ser alvo de processo disciplinar ou que não assine uma declaração a renunciar ao direito legal de impugnar o despedimento.