Na situação em que os trabalhadores e o povo português se encontram, de baixos salários e reformas, endividamento, desemprego e aumento do custo de vida, é «absolutamente inaceitável» o aumento do preço da electricidade até 7% admitido pela Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos e a EDP, afirma o Gabinete de Imprensa do PCP, em nota divulgada no passado dia 15.
Esta perspectiva de novos aumentos até 7% – valor bastante superior à inflação de 2,5% para 2009, prevista pelo Governo – é porém ainda mais «chocante» se se tiver em conta que, entre 2004 e 2007, a EDP alcançou lucros de 3190 milhões de euros e mais de 700 milhões só no primeiro semestre de 2008. Aliás, isto só vem confirmar que a privatização e liberalização do mercado energético em Portugal, defendidas e aplicadas por PS, PSD e CDS-PP, apenas beneficiaram a acumulação e centralização do capital, num processo em que «a chamada entidade reguladora se comporta como agente ao serviço dos interesses dos grandes accionistas», em prejuízo dos consumidores, dos trabalhadores da EDP e das micro, pequenas e médias empresas.
O PCP, reafirmando a sua proposta de congelamento do preço da electricidade, de forma a contribuir para atenuar as crescentes dificuldades dos trabalhadores e do povo português, vai requerer a presença do Ministro da Economia na Assembleia da República e confrontar o Governo com esta posição da ERSE e da EDP.