Saúde em luta Alemanha

Protesto massivo

Cerca de 130 mil médicos, enfermeiros e outro pessoal dos hospitais civis de toda a Alemanha manifestaram-se, dia 25, em Berlim, contra a precária situação financeira e a redução de postos de trabalho no sector.
Os manifestantes, que desfilaram pelo centro do Berlim e se concentraram num comício junto às Portas de Brandeburgo, empunhavam cartazes contra a política da ministra da saúde, a social-democrata Ulla Schmidt.
Segundo o jornal francês L'Humanité (26.09), nove organizações de trabalhadores e de empregadores de estabelecimentos públicos e privados de saúde juntaram-se na «Aliança para Salvar os Hospitais» (RDK) e saíram à rua para dar corpo à maior manifestação do sector desde o pós-guerra. Vindos de vários pontos do país, desfilaram pela capital para reivindicar a garantia de financiamento dos hospitais que empregam um milhão e 100 mil trabalhadores.
Na véspera, quarta-feira, a ministra da Saúde tentara acalmar os ânimos anunciando um pacote financeiro de 3,2 mil milhões de euros para apoiar os hospitais civis, mas os organizadores do protesto consideraram este subsídio adicional «uma gota de água no oceano».
Os cerca de 2200 estabelecimentos hospitalares precisam de mais 6,7 mil milhões de euros para poderem garantir o seu funcionamento em 2008 e 2009. Mas este «buraco» orçamental irá crescer à medida que forem aplicados os aumentos salariais já negociados com o governo até 2010.
Em consequências das políticas orçamentais restritivas, nos últimos dez anos os sistema de saúde alemão perdeu 10 por cento dos hospitais, 20 por cento das camas e extingiu mais de 100 mil postos de trabalho.
Neste quadro não admira que, nas unidades restantes, o número de utentes tenha aumentado 17 por cento e que os tempos de espera no atendimento se tenham dilatado enormemente. Mas o governo continuar a apertar o cinto e ameaça eliminar mais 11 mil empregos no próximo ano.
A carência de pessoal faz com que o recurso às horas extraordinárias seja agora uma norma diária. As organizações sindicais afirmam que nos hospitais já não existem fins-de-semana para o pessoal e temem que as dificuldades financeiras obriguem a novos encerramentos.


Mais artigos de: Europa

Liberdades em causa

O Parlamento Europeu discutiu na passada semana vários relatórios que visam reforçar medidas securitárias, atentando com os direitos e liberdades dos cidadãos e ferindo áreas da competência soberana dos Estados.

<i>Siemens</i> subornou sindicato

O ex-administrador da Siemens, Johannes Feldmeyer admitiu, dia 24, em tribunal ter subornado a Comunidade Independente de Funcionários da Empresa (AUB), um sindicato paralelo criado para diminuir a influência do Sindicato dos Metalúrgicos (IG Metall).Os apoios à AUB elevaram-se a meio milhão de euros por trimestre,...

Revés para Merkel

Os eleitores da Baviera infligiram, no domingo, uma pesada derrota aos conservadores aliados de Angela Merkel, retirando-lhes a maioria absoluta que detinham no Estado regional há 46 anos.A União Cristã Social (CSU), partido irmão da União Cristã Democrata na Baviera (CDU), caiu 17 pontos para 43,4 por cento dos votos,...

Bloco central recua

Os sociais-democratas ganharam as eleições legislativas antecipadas, realizadas no domingo, 28, na Áustria, mas tanto estes como os conservadores seus aliados no governo perderam votos para os dois partidos de extrema-direita.De acordo com os resultados provisórios conhecidos no início da semana, o Partido...

<i>As crises</i>

Todos os meses, com excepção de Agosto, há uma semana de sessão plenária em Estrasburgo, o que obriga os deputados, funcionários, intérpretes e toneladas de papel, a deslocarem-se de Bruxelas para Estrasburgo para satisfazer a pretensão francesa de partilhar com a Bélgica a sede do Parlamento Europeu, cujos serviços...