Retrocesso não é mudança
Durante o debate quinzenal de 24 de Setembro, Jerónimo de Sousa comentou a intervenção de José Sócrates na festa-comício do PS, em Guimarães, no sábado anterior, deixando a interrogação sobre o sentimento que deveria perpassar por quem, de entre os milhares de desempregados e de reformados com pensões de miséria, ouvisse as palavras do chefe do Governo.
O secretário-geral do PCP desafiou Sócrates a dizer na AR «não aquilo que julga que os portugueses gostam de ouvir, mas aquilo que os portugueses gostam e precisam de saber», particularmente quanto a «três problemas fundamentais do nosso país: as questões da produção; as questões das desigualdades na distribuição da riqueza; e o desemprego e as injustiças».
Notando que naquela região, cerca de 50 mil trabalhadores deslocam-se para a Galiza à procura de emprego, o dirigente comunista questionou «a fórmula mágica de contabilizar como emprego nacional aqueles trabalhadores que vão trabalhar para o estrangeiro». Interrogou ainda se na estatística do Governo os cerca de 60 mil trabalhadores em formação temporária são ou não considerados empregados, e apontou a contradição entre a importância dada, em declarações, à Educação, e os 50 mil licenciados sem emprego.
Jerónimo de Sousa contestou o slogan «força da mudança», assumido pelo PS em Guimarães, e admitiu que «há de facto uma mudança, mas tem sido no sentido do retrocesso», pois o Executivo «usa a marcha-atrás, particularmente no plano social».
Se estivesse «disponível para a mudança, e não para a propaganda», José Sócrates deveria corresponder às recentes propostas do PCP, concretamente:
- «em relação à situação dramática que hoje vivem centenas de milhares de famílias, quanto à subida das taxas de juro e das margens de lucro dos bancos, nós propomos que, através da Caixa Geral de Depósitos, não permitindo um lucro bancário, um spread, que exceda os 0,5 por cento nos empréstimos, induza um factor que conduza a algum desafogamento do drama»;
- «em relação ao poder de compra dos portugueses» e «tendo em conta até um compromisso assumido no plenário da AR, o sr. primeiro-ministro está disposto à valorização dos salários e das pensões de reforma, que faça face ao custo de vida?»
«Creio que estou a transmitir um sentimento que hoje existe, de grande dificuldade daqueles que menos têm e menos podem, dos trabalhadores e dos reformados, que este Governo deveria ouvir», disse Jerónimo de Sousa, lamentando a postura do primeiro-ministro: «Que pena esse sorriso, que pena essa sua forma de estar num debate que deveria ser sério.»
O secretário-geral do PCP desafiou Sócrates a dizer na AR «não aquilo que julga que os portugueses gostam de ouvir, mas aquilo que os portugueses gostam e precisam de saber», particularmente quanto a «três problemas fundamentais do nosso país: as questões da produção; as questões das desigualdades na distribuição da riqueza; e o desemprego e as injustiças».
Notando que naquela região, cerca de 50 mil trabalhadores deslocam-se para a Galiza à procura de emprego, o dirigente comunista questionou «a fórmula mágica de contabilizar como emprego nacional aqueles trabalhadores que vão trabalhar para o estrangeiro». Interrogou ainda se na estatística do Governo os cerca de 60 mil trabalhadores em formação temporária são ou não considerados empregados, e apontou a contradição entre a importância dada, em declarações, à Educação, e os 50 mil licenciados sem emprego.
Jerónimo de Sousa contestou o slogan «força da mudança», assumido pelo PS em Guimarães, e admitiu que «há de facto uma mudança, mas tem sido no sentido do retrocesso», pois o Executivo «usa a marcha-atrás, particularmente no plano social».
Se estivesse «disponível para a mudança, e não para a propaganda», José Sócrates deveria corresponder às recentes propostas do PCP, concretamente:
- «em relação à situação dramática que hoje vivem centenas de milhares de famílias, quanto à subida das taxas de juro e das margens de lucro dos bancos, nós propomos que, através da Caixa Geral de Depósitos, não permitindo um lucro bancário, um spread, que exceda os 0,5 por cento nos empréstimos, induza um factor que conduza a algum desafogamento do drama»;
- «em relação ao poder de compra dos portugueses» e «tendo em conta até um compromisso assumido no plenário da AR, o sr. primeiro-ministro está disposto à valorização dos salários e das pensões de reforma, que faça face ao custo de vida?»
«Creio que estou a transmitir um sentimento que hoje existe, de grande dificuldade daqueles que menos têm e menos podem, dos trabalhadores e dos reformados, que este Governo deveria ouvir», disse Jerónimo de Sousa, lamentando a postura do primeiro-ministro: «Que pena esse sorriso, que pena essa sua forma de estar num debate que deveria ser sério.»