Manipulações
Quanto mais o sucesso da Festa do Avante! se afirma, mais a manipulação e o silenciamento informativos se desunham na ilusão de anular o acontecimento.
Começando pelos dois semanários que, quais velhos Marretas, se degladiam para ser «a referência» dos hebdomadários, o anúncio que fazem da Festa roça o patético. O Expresso entendeu que a única coisa que valia a pena anunciar sobre a Festa, numa «local» ao fundo da primeira página, foi «Paulo Tortas [o boneco da Contra-Informação] fora da Festa do Avante!» porque «a organização da Festa impediu que fosse gravado um "sketch" » deste programa humorístico. Quanto ao Sol, aproveitou para anunciar que «ASAE vigia Festa do Avante!» e «obrigaram a reformular stands e pavilhões de restauração», para, no interior, pormenorizar que, afinal, «há três anos que a ASAE vai à Quinta da Atalaia antes e durante a Festa e tem corrido lindamente», gastando o resto da página com picardias anticomunistas em blogues de «bloquistas». E está a Festa noticiada e o País devidamente informado.
Mas os jornais diários não se ficaram atrás. O Público dedicou aos três dias da Festa três meias páginas partilhadas com as trampolinices de Paulo Portas e as atoardas de João Jardim, escassez que o Diário de Notícias não seguiu inteiramente, pois o número que noticiou o encerramento da Festa até apresentou chamada de primeira página e as reportagens que fez aos três dias do evento ocuparam páginas completas. Quanto ao Jornal de Notícias (e está fechado o «arco» dos «diários de referência»), à abertura da Festa dedicou uma «local» perdida no interior, no domingo ocupou meia página a demonstrar que a avalanche de juventude presente «não era comunista e só estava ali para curtir» (o que, mesmo assim, constitui uma modesta evolução sobre a tese de que «a Festa é só velhos») e na segunda-feira lá resumiu o discurso de Jerónimo de Sousa.
O suprasumo da manipulação surgiria com as coberturas televisivas, onde a RTP despachou as suas obrigações de serviço público remetendo para a RTP-N (!) a transmissão directa do discurso de Jerónimo de Sousa, imitando a SIC-Notícias que, assim, também «desobrigou» o canal principal de mais coberturas, ambas recorrendo a planos enfadonhamente fixos do orador, mitigados por relances parcelares da multidão. Tirando isso, foi um fartar vilanagem: os três canais generalistas ignoraram a Festa em todos os seus noticiários durante os três dias da sua realização, remetendo para os fundos dos alinhamentos breves notas sistematicamente redutoras, distorcidas e até achincalhantes (velhos abrigados à sombra - cada vez mais difíceis de «caçar», pois há muito que a Festa é sobretudo dos mais novos -, jovens estendidos na relva, grupos erguendo copos como se festejassem orgias, etc.).
De fora ficou tudo: 20 hectares de convívio e festa frequentando por todo o lado espectáculos musicais, de dança, de teatro, colóquios, debates, exposições, livrarias e também a gastronomia e os produtos de todo o País ali presentes e representados, além do mais espectacular comício que se realiza anualmente em Portugal. Nem o facto de por ali circularem centenas de milhares de pessoas, maioritariamente jovens e vindas de todo o País, impressionou os responsáveis editoriais de todas estes órgãos que, pelos vistos, insistem na ilusão de que só existe o que é noticiado.
Até se esquecem que o que realmente existe é o que é vivido. Ora a Festa do Avante! é vivida por centenas de milhares - todos os anos...
Começando pelos dois semanários que, quais velhos Marretas, se degladiam para ser «a referência» dos hebdomadários, o anúncio que fazem da Festa roça o patético. O Expresso entendeu que a única coisa que valia a pena anunciar sobre a Festa, numa «local» ao fundo da primeira página, foi «Paulo Tortas [o boneco da Contra-Informação] fora da Festa do Avante!» porque «a organização da Festa impediu que fosse gravado um "sketch" » deste programa humorístico. Quanto ao Sol, aproveitou para anunciar que «ASAE vigia Festa do Avante!» e «obrigaram a reformular stands e pavilhões de restauração», para, no interior, pormenorizar que, afinal, «há três anos que a ASAE vai à Quinta da Atalaia antes e durante a Festa e tem corrido lindamente», gastando o resto da página com picardias anticomunistas em blogues de «bloquistas». E está a Festa noticiada e o País devidamente informado.
Mas os jornais diários não se ficaram atrás. O Público dedicou aos três dias da Festa três meias páginas partilhadas com as trampolinices de Paulo Portas e as atoardas de João Jardim, escassez que o Diário de Notícias não seguiu inteiramente, pois o número que noticiou o encerramento da Festa até apresentou chamada de primeira página e as reportagens que fez aos três dias do evento ocuparam páginas completas. Quanto ao Jornal de Notícias (e está fechado o «arco» dos «diários de referência»), à abertura da Festa dedicou uma «local» perdida no interior, no domingo ocupou meia página a demonstrar que a avalanche de juventude presente «não era comunista e só estava ali para curtir» (o que, mesmo assim, constitui uma modesta evolução sobre a tese de que «a Festa é só velhos») e na segunda-feira lá resumiu o discurso de Jerónimo de Sousa.
O suprasumo da manipulação surgiria com as coberturas televisivas, onde a RTP despachou as suas obrigações de serviço público remetendo para a RTP-N (!) a transmissão directa do discurso de Jerónimo de Sousa, imitando a SIC-Notícias que, assim, também «desobrigou» o canal principal de mais coberturas, ambas recorrendo a planos enfadonhamente fixos do orador, mitigados por relances parcelares da multidão. Tirando isso, foi um fartar vilanagem: os três canais generalistas ignoraram a Festa em todos os seus noticiários durante os três dias da sua realização, remetendo para os fundos dos alinhamentos breves notas sistematicamente redutoras, distorcidas e até achincalhantes (velhos abrigados à sombra - cada vez mais difíceis de «caçar», pois há muito que a Festa é sobretudo dos mais novos -, jovens estendidos na relva, grupos erguendo copos como se festejassem orgias, etc.).
De fora ficou tudo: 20 hectares de convívio e festa frequentando por todo o lado espectáculos musicais, de dança, de teatro, colóquios, debates, exposições, livrarias e também a gastronomia e os produtos de todo o País ali presentes e representados, além do mais espectacular comício que se realiza anualmente em Portugal. Nem o facto de por ali circularem centenas de milhares de pessoas, maioritariamente jovens e vindas de todo o País, impressionou os responsáveis editoriais de todas estes órgãos que, pelos vistos, insistem na ilusão de que só existe o que é noticiado.
Até se esquecem que o que realmente existe é o que é vivido. Ora a Festa do Avante! é vivida por centenas de milhares - todos os anos...