
- Nº 1815 (2008/09/11)
Leis laborais e crise económica
Prioridade à luta
Festa do Avante!
• DM
Com apenas algumas horas de permeio, o Fórum albergou dois debates que, partindo de diferentes pontos de análise, confluíram na necessidade de dar mais força à luta dos comunistas e de todos os trabalhadores, contra o agravamento da exploração capitalista. Por um lado, batendo-se, nas acções de massas já anunciadas pela CGTP-IN, contra a revisão, para pior, do Código do Trabalho - um combate que prosseguirá mesmo depois de a maioria PS conseguir oferecer este bodo ao capital; por outro lado, desmontando os argumentos dos que esgrimem a crise económica sem apontar responsabilidades e tentam impor as mesmas soluções de sempre, retirando salários e direitos aos trabalhadores para engrossar os lucros das empresas e as contas de um punhado de famílias.
«Não há decisão institucional que vença a força dos trabalhadores e do povo na defesa dos direitos e da contratação colectiva», sublinhou Francisco Lopes, condenando o Governo por, num tempo de profunda injustiça social e desigualdade, vir propor, com a revisão do Código, o agravamento da exploração. Este membro da Comissão Política do PCP recordou que o Partido defende uma ruptura com esta política e reclama para quem trabalha mais direitos e melhores salários, emprego estável, valorização da formação e da experiência, sublinhando que esta «é uma questão estratégica para o futuro de Portugal».
Arménio Carlos, do Comité Central do PCP e da Comissão Executiva da CGTP-IN, leu excertos da declaração de voto do PS sobre o Código do Trabalho que PSD e CDS aprovaram em 2003, e acusou o Governo, o ministro do Trabalho e o primeiro-ministro, de falta de coerência e de seriedade, por fazerem hoje o contrário do que então defenderam. Para o «dia nacional de luta», convocado pela Inter para 1 de Outubro, é necessário que em nenhuma empresa e serviço se deixe de fazer uma iniciativa, apelou.
«Não pensem que não tive medo», contou Mariza Gonçalves, jovem operária têxtil de Castelo Branco, ao relatar episódios da sua resistência às pressões patronais, para que abandonasse a actividade sindical ou aceitasse o despedimento, e da participação nas manifestações de 28 de Março e 5 de Junho.
Sobre a crise económica e a exploração capitalista, Agostinho Lopes, da Comissão Política do Partido, Sérgio Ribeiro e Carlos Carvalhas, membros do Comité Central, falaram, à noite, num debate que, sendo sobre o funcionamento do capitalismo naquilo que é a sua essência, até se sobrepõe ao facto de estarmos em festa - como notou um dos oradores. Em foco estiveram algumas teses que predominam na comunicação social, quando se trata de temas económicos, as quais têm uma base ideológica, mas são apresentadas como verdades científicas.