
- Nº 1815 (2008/09/11)
União Europeia e eleições de 7 de Junho
«Sejam a TV que não temos!»
Festa do Avante!
A nove meses das eleições para o Parlamento Europeu, a integração capitalista no quadro da UE, a posição subserviente do Governo português perante Bruxelas, e as críticas e a intervenção do PCP nesta matéria tiveram destaque no Espaço Central da Festa, tanto nas exposições políticas, como em debates e num folheto específico, ali distribuído durante os três dias, a lembrar que «temos encontro marcado» e que se trata de «uma oportunidade a não perder», para suster a ofensiva contra os trabalhadores e os povos e para reforçar o PCP e a CDU.
Os dois deputados do PCP no PE, intervindo no Fórum, domingo à tarde, num debate moderado por Agostinho Lopes, da Comissão Política do Partido, chamaram a atenção para as dificuldades próprias desta batalha, expressas nos elevados níveis de abstenção (reconhecendo que estes atingem também o eleitorado da coligação PCP-PEV). Contra o desinteresse geral e contra os silenciamentos tão habituais quanto condenáveis, Ilda Figueiredo apelou aos presentes para que «sejam a televisão que não temos», alargando o esclarecimento e ganhando mais portugueses e portuguesas para a necessidade de alterar o rumo da política na UE e em Portugal. A íntima ligação entre estes dois níveis foi salientada, quando a deputada comunista destacou que a luta, em Portugal, contra a revisão do Código do Trabalho para pior tem reflexos positivos na intervenção realizada no PE, com vista a travar directivas, como uma que está em apreciação e que pretende abrir às empresas a possibilidade de alargarem a duração da semana normal de trabalho até às 78 horas (como se explica no sítio Internet dos serviços do PE em Lisboa). Pedro Guerreiro fez notar que é hoje maior a consciência de que a UE serve os interesses dos monopólios, como se viu na generalizada fuga à consulta popular sobre o «tratado de Lisboa» e no resultado do único referendo realizado, na Irlanda, que derrotou a versão recauchutada da «constituição europeia». Maurício Miguel, colaborador do gabinete do PCP no Parlamento Europeu, dedicou a sua intervenção à tendência de militarização da UE, caminho claramente delineado no tratado chumbado.
•DM