
- Nº 1812 (2008/08/21)
O CONSTRUTOR DA FESTA
Editorial
Milhares de militantes comunistas têm participado, no decorrer das últimas semanas, nas jornadas de trabalho da Festa do Avante!.
São homens, mulheres, jovens vindos de todo o País: operários, empregados, intelectuais, estudantes, reformados, desempregados, trabalhadores precários, trazendo consigo, todos, a vontade de participar e a consciência da importância dessa participação na construção da Festa que é de todos, de dar o seu contributo para que ela seja, este ano, ainda maior e mais bonita do que a do ano passado.
Pagam dos seus bolsos as deslocações e trazem de suas casas a alimentação ou pagam-na ali na Atalaia; compraram ou vão comprar a respectiva EP, indispensável como a qualquer outro visitante para entrar na Festa.
É o trabalho voluntário fruto da militância revolucionária, esta decorrente do facto de serem portadores do mais belo de todos os ideais, o ideal comunista de liberdade, de justiça social, de paz, de fraternidade, de solidariedade.
Em muitos casos trazem consigo amigos que, não sendo militantes do PCP o vêem, contudo, como o seu Partido, na medida em que o conhecem das empresas onde trabalham e o sabem sempre na primeira linha da luta pela defesa dos interesses de todos os trabalhadores – e ali vão dar o seu contributo, ajudando à construção da Festa que, muito justamente, sentem também como coisa sua.
Todos, desempenham ali as tarefas necessárias à construção da Festa, uns dentro da sua actividade profissional, especializada, outros adaptando-se… ao que é necessário fazer.
No final das jornadas de trabalho, convivem, brincam, lêem, ouvem música, participam em debates sobre aspectos relevantes da situação política nacional e internacional – ou, pura e simplesmente, descansam.
E tudo isto faz de cada jornada de trabalho na Atalaia um tempo singular de camaradagem, de fraternidade, de convívio, de amizade. Camaradagem, fraternidade, convívio, amizade que, porque nascidas e construídas desta forma, estarão presentes, mais tarde, durante os três dias da Festa, na postura dos milhares de visitantes que - oriundos de todo o País, comunistas e não comunistas, em muitos casos membros de outros partidos políticos – farão da Festa do Avante! a maior e a mais bela de todas as festas, o espaço com maior índice de fraternidade por metro quadrado em todo o território nacional.
Entretanto, enquanto na Atalaia se edifica a cidade, em todas as organizações do Partido, milhares de outros construtores da Festa levam por diante todo o vastíssimo conjunto de tarefas indispensáveis à sua realização.
Em primeiro lugar, a divulgação da Festa, através da difusão de informações em contactos com as populações, ou da venda do Avante! – o jornal que dá o nome à Festa - ou da colocação dos cartazes que a anunciam, cartazes muitas vezes arrancados por ordem de saudosistas do antigamente, como aconteceu há dias em Viseu – e, nessas situações e como fizeram os camaradas de Viseu, assumindo-se como homens e mulheres de Abril, assumindo a coragem de repor os cartazes arrancados, repondo, assim, a legalidade democrática.
Outra tarefa, e outra forma de divulgar a Festa, passa pela venda das EP’s, fonte de receita essencial e condição indispensável para o seu êxito – tarefa complementada pela organização dos autocarros ou comboios que, em festivas excursões, hão-de trazer à Atalaia muitos milhares de visitantes.
Construir a Festa é, também, a preparação do recheio dos pavilhões; a organização dos turnos que hão-de assegurar o funcionamento daquela que será, durante um fim-de-semana, uma grande cidade com um conjunto e diversidade de actividades políticas, culturais, artísticas, como não existe nenhuma outra em todo o País; é a organização dos fornecimentos centrais às organizações, o apoio aos espectáculos e às iniciativas de debate político; é o acompanhamento e apoio às delegações estrangeiras, expressão da solidariedade internacionalista que é atributo da Festa; é o assegurar das presenças nos pavilhões de vendas; são as bilheteiras e as portas; são os serviços de higiene e limpeza; são os serviços de segurança; é o posto médico... – enfim, é todo o infindável conjunto de tarefas que exigem a participação de milhares de militantes e amigos e, portanto, impõem cuidada e atenta planificação e preparação prévias.
E também estes são homens, mulheres e jovens do trabalho voluntário. E também com eles participam muitos outros que não são militantes do Partido.
E também eles são construtores da Festa.
E são-no, igualmente, aqueles que, por vezes não participando directamente nesse processo de construção, ocupam os seus postos na organização das lutas dos trabalhadores – nas lutas actuais, que prosseguem mesmo neste tempo de férias, e nas que no futuro imediato darão continuidade às poderosas movimentações realizadas nos primeiros meses do ano.
Porque construir a luta é também construir a Festa – ela própria, aliás, parte integrante da luta geral dos trabalhadores e do povo português.
Assim é, então, construída a nossa Festa. E pelo resumo acima feito, fácil é de ver que - como muitas vezes temos sublinhado e nunca é demais sublinhar – nenhum outro partido político tem militantes à altura de tamanho empreendimento. Pela simples razão de que nenhum outro partido é portador de um projecto que tem a felicidade do ser humano como referência primeira e maior de toda a sua actividade ao longo dos seus mais de 87 anos de vida.
Porque, afinal, é ele, o Partido - este imenso, fraterno e combativo colectivo partidário que nos orgulhamos de ser - o verdadeiro construtor da Festa.