1º DE MAIO DE LUTA
«As comemorações de Abril confirmaram as perspectivas de um grande 1º de Maio»
Comemorado de Norte a Sul o País, o 34º aniversário do 25 de Abril constituiu uma importante jornada de luta. Nela, a política de direita e as suas nefastas consequências foram alvo das críticas de milhares e milhares de homens, mulheres e jovens que reafirmaram a sua disposição de prosseguir o combate por uma política de esquerda – uma política inspirada nos ideais e nas conquistas económicas, sociais, políticas e culturais que transformaram profundamente o nosso País e fizeram da revolução de Abril o mais luminoso momento da história de Portugal. Porque, de facto, foi Abril que ali esteve, não numa perspectiva saudosista ou no cumprimento de qualquer ritual passadista, mas gritando bem alto o que foi e, assim, afirmando-se como projecto pleno de força e de perspectivas.
Manifestações, concentrações, convívios do mais diverso tipo, multiplicaram-se por todo o país, confirmando que Abril está vivo e que os seus ideais permanecem como referência essencial da nossa memória colectiva e como alavanca para a construção do futuro de liberdade, democracia, justiça social, paz e solidariedade a que aspiramos e pelo qual não desistiremos de lutar.
Como habitualmente, também na Assembleia da República a data foi assinalada e o discurso ali proferido pelo Presidente da República mereceu honras de destaque mediático – especialmente pelas preocupações e referências críticas ao facto de parte grande dos jovens portugueses não saberem o que foi o 25 de Abril nem conhecerem o significado que esse acontecimento teve para Portugal.
Sendo de sublinhar a relevância das preocupações expressas e a justeza da crítica produzida pelo Presidente da República, não é, contudo, aceitável a generalização a que procede focalizando as responsabilidades «na classe política» e «nos partidos» - porque, como é sabido, nem toda «a classe política» nem todos «os partidos» são responsáveis por esse desconhecimento. No que aos comunistas e ao seu Partido diz respeito, por exemplo, a crítica é totalmente desprovida de fundamento e de sentido, como a realidade mostra, de forma inequívoca, 365 dias por ano.
Acresce que ao Professor Cavaco Silva carece autoridade moral para produzir tal crítica, na medida em que, como todos sabemos, nos dez longos anos em que foi primeiro-ministro nada fez para dar a conhecer o 25 de Abril aos jovens: bem pelo contrário, tudo fez para apagar os sinais de Abril da sociedade portuguesa, tudo fez para que os jovens portugueses desprezassem os valores e os ideais de Abril e assimilassem os anti-valores do egoísmo, do salve-se quem puder, do vale-tudo para a promoção individual.
E com algum êxito, lamente-se… mas também com forte inêxito, como o confirmam os muitos milhares de jovens que todos os anos - e este ano, de forma ainda mais expressiva - participaram nas comemorações.
Sublinhe-se, então, em nome do rigor, que uma pessoa que tão assanhadamente combateu Abril lançando destruidores ataques às nacionalizações, à Reforma Agrária, aos direitos dos trabalhadores, à Constituição da República Portuguesa – uma pessoa que, ainda por cima, nunca ninguém viu com um cravo de Abril ao peito ou na mão… - não reúne as condições mínimas para explicar Abril e o seu significado seja a quem for – e também não está nas melhores condições para criticar seja quem for nessa matéria.
A não ser que o discurso do Presidente da República no Parlamento signifique uma mudança de rumo do seu pensamento em relação a Abril – o que seria motivo, aí sim, para nos congratularmos.
As comemorações de Abril confirmaram as perspectivas de um grande 1º de Maio – o que constitui um dado de enorme relevância na situação nacional.
Com efeito, não são necessárias grandes análises, nem o recurso a estudos encomendados a empresas especializadas, para sabermos que os trabalhadores portugueses farão do próximo 1º de Maio uma forte jornada de luta na qual trarão à rua os seus protestos, as suas exigências e a afirmação da sua determinação de prosseguir a luta até esses protestos serem ouvidos e essas exigências terem a justa e necessária resposta.
Sabemos que o ano que passou – no qual ocorreu o maior número de grandes lutas de massas dos últimos trinta e dois anos – tem tido a sua continuidade nas importantes jornadas de luta já concretizadas nos primeiros meses deste ano – designadamente as grandiosas manifestações de 16 e 17 de Abril. Sabemos da crescente participação de trabalhadores nessas lutas e do seu alargamento a todas as áreas de actividade nos sectores público e privado. Sabemos, porque estamos lá, que a luta vai continuar, em força.
E tudo isso é caminho para um forte 1º de Maio, para uma massiva participação nas dezenas de manifestações e concentrações convocadas pela CGTP-IN para todo o país e nas quais será comemorado o Dia do Trabalhador. Comemorado em luta, naturalmente. Mais em luta, até, do que em festa, neste ano em que tantos e tão graves ataques têm vindo a ser desferidos pelo Governo PS/José Sócrates contra os trabalhadores portugueses e as suas condições de trabalho e de vida; neste ano em que, a par dessa política anti-laboral, o Governo tenta liquidar tudo o que resta de Abril na Educação e na Saúde - neste ano e com este Governo cada vez mais ao serviço dos interesses do grande capital e, em consequência disso, penalizando crescentemente quem trabalha e vive do seu trabalho.
Vai ser de luta, portanto, este 1º de Maio.
Uma luta que sendo pela defesa dos direitos dos trabalhadores é, por isso mesmo, uma luta por Abril.
Manifestações, concentrações, convívios do mais diverso tipo, multiplicaram-se por todo o país, confirmando que Abril está vivo e que os seus ideais permanecem como referência essencial da nossa memória colectiva e como alavanca para a construção do futuro de liberdade, democracia, justiça social, paz e solidariedade a que aspiramos e pelo qual não desistiremos de lutar.
Como habitualmente, também na Assembleia da República a data foi assinalada e o discurso ali proferido pelo Presidente da República mereceu honras de destaque mediático – especialmente pelas preocupações e referências críticas ao facto de parte grande dos jovens portugueses não saberem o que foi o 25 de Abril nem conhecerem o significado que esse acontecimento teve para Portugal.
Sendo de sublinhar a relevância das preocupações expressas e a justeza da crítica produzida pelo Presidente da República, não é, contudo, aceitável a generalização a que procede focalizando as responsabilidades «na classe política» e «nos partidos» - porque, como é sabido, nem toda «a classe política» nem todos «os partidos» são responsáveis por esse desconhecimento. No que aos comunistas e ao seu Partido diz respeito, por exemplo, a crítica é totalmente desprovida de fundamento e de sentido, como a realidade mostra, de forma inequívoca, 365 dias por ano.
Acresce que ao Professor Cavaco Silva carece autoridade moral para produzir tal crítica, na medida em que, como todos sabemos, nos dez longos anos em que foi primeiro-ministro nada fez para dar a conhecer o 25 de Abril aos jovens: bem pelo contrário, tudo fez para apagar os sinais de Abril da sociedade portuguesa, tudo fez para que os jovens portugueses desprezassem os valores e os ideais de Abril e assimilassem os anti-valores do egoísmo, do salve-se quem puder, do vale-tudo para a promoção individual.
E com algum êxito, lamente-se… mas também com forte inêxito, como o confirmam os muitos milhares de jovens que todos os anos - e este ano, de forma ainda mais expressiva - participaram nas comemorações.
Sublinhe-se, então, em nome do rigor, que uma pessoa que tão assanhadamente combateu Abril lançando destruidores ataques às nacionalizações, à Reforma Agrária, aos direitos dos trabalhadores, à Constituição da República Portuguesa – uma pessoa que, ainda por cima, nunca ninguém viu com um cravo de Abril ao peito ou na mão… - não reúne as condições mínimas para explicar Abril e o seu significado seja a quem for – e também não está nas melhores condições para criticar seja quem for nessa matéria.
A não ser que o discurso do Presidente da República no Parlamento signifique uma mudança de rumo do seu pensamento em relação a Abril – o que seria motivo, aí sim, para nos congratularmos.
As comemorações de Abril confirmaram as perspectivas de um grande 1º de Maio – o que constitui um dado de enorme relevância na situação nacional.
Com efeito, não são necessárias grandes análises, nem o recurso a estudos encomendados a empresas especializadas, para sabermos que os trabalhadores portugueses farão do próximo 1º de Maio uma forte jornada de luta na qual trarão à rua os seus protestos, as suas exigências e a afirmação da sua determinação de prosseguir a luta até esses protestos serem ouvidos e essas exigências terem a justa e necessária resposta.
Sabemos que o ano que passou – no qual ocorreu o maior número de grandes lutas de massas dos últimos trinta e dois anos – tem tido a sua continuidade nas importantes jornadas de luta já concretizadas nos primeiros meses deste ano – designadamente as grandiosas manifestações de 16 e 17 de Abril. Sabemos da crescente participação de trabalhadores nessas lutas e do seu alargamento a todas as áreas de actividade nos sectores público e privado. Sabemos, porque estamos lá, que a luta vai continuar, em força.
E tudo isso é caminho para um forte 1º de Maio, para uma massiva participação nas dezenas de manifestações e concentrações convocadas pela CGTP-IN para todo o país e nas quais será comemorado o Dia do Trabalhador. Comemorado em luta, naturalmente. Mais em luta, até, do que em festa, neste ano em que tantos e tão graves ataques têm vindo a ser desferidos pelo Governo PS/José Sócrates contra os trabalhadores portugueses e as suas condições de trabalho e de vida; neste ano em que, a par dessa política anti-laboral, o Governo tenta liquidar tudo o que resta de Abril na Educação e na Saúde - neste ano e com este Governo cada vez mais ao serviço dos interesses do grande capital e, em consequência disso, penalizando crescentemente quem trabalha e vive do seu trabalho.
Vai ser de luta, portanto, este 1º de Maio.
Uma luta que sendo pela defesa dos direitos dos trabalhadores é, por isso mesmo, uma luta por Abril.